Informações diversas e actuais a respeito da paróquia de FORNOTELHEIRO - Celorico da Beira, distrito da Guarda

segunda-feira, julho 31, 2006

Os III Encontros de Etnografia trouxeram muita animação ao FORNOTELHEIRO

Foram muitas as pessoas que quiseram estar presentes no passado fim de semana no Fornotelheiro. O programa era aliciante. As pessoas vieram, participaram, divertiram-se, recordaram tradições... E tantos os mais novos como os mais velhos sairam, certamente, destes encontros mais enriquecidos.
Parabéns à organização e a todos os que colaboraram (alguns durante todo um mês) para que os III Encontros Etnográficos fossem um êxito.


É sempre bom recordar o passado, para viver o presente e construir um futuro melhor.
PS: A música do video é do grupo de musica tradicional portuguesa que actuou na noite de Domingo. O Grupo "Chuchurumel".

quarta-feira, julho 12, 2006

III Encontros de Etnografia no Fornotelheiro (28, 29 e 30 de Julho)

É preciso conhecer o meio do inconsciente colectivo que as gerações passadas foram criando através dos usos e costumes tradicionais para melhor entendermos a natureza da nossa sociedade.
A compreensão desta relação entre o passado e o presente revela-se fundamentalmente no estudo dos elementos étnicos e na importância que detêm no que respeita ao modo de existência do povo.
As manifestações tradicionais, têm assim de ser compiladas e inseridas no estado social onde foram originadas, para que a sua sobrevivência não seja uma simples “curiosidade castiça”. Os jogos, os provérbios, o canto, a dança, as superstições, são expressões de um pensar e de um agir próprios de um tempo histórico. Um jogo, ou uma dança são muitas vezes os últimos vestígios de um culto extinto já desconhecido.
Num país onde até há poucas décadas, setenta por cento da população vivia da agricultura e muitas vezes de uma agricultura de subsistência em que a ligação à terra era apenas mediada pelos utensílios de trabalho manual, o isolamento de muitas regiões, principalmente do interior do país, e, devido, à manutenção de relações sociais muito próximas e espontâneas, ainda com base em relações de parentesco e vínculos sagrados, foi possível manter muitos dos ritos e costumes tradicionais numa forma genuína.
Estas condições de existência alteraram-se profundamente. Se até então podíamos falar de uma cultura tradicional ainda como parte integrante da vida das populações, ou melhor, exercendo uma função socialmente útil nas várias dimensões da vida, lúdica, religiosa, amorosa e de trabalho, hoje teremos no estudo etnográfico matéria prima digna para uma prática cultural artística, profissional e de tempos livres, como já vai acontecendo com a música composta sobre, agora denominada, música étnica. Tem sido muito vulgar entre nós restringir a divulgação “folclórica” à dança e respectivos trajes, menos ao canto e à música e a uns quantos objectos artesanais, como se de um mero inventário se tratasse. É necessário que ao fazer a recolha o estudo e a divulgação dos elementos étnicos, se não ponha de lado um critério económico, geográfico e social, visto que a vivência humana não se pode compreender quando abstraímos estes aspectos que lhe estão intimamente ligados.
Apesar de todas estas manifestações tradicionais já não corresponderem ao estado social que as produziu, mantêm uma importância significativa na compreensão dos nossos comportamentos mais espontâneos registados na nossa memória. No seio do reino granítico o serrano possui a arte de arrancar o pão entre arcoses e arenitos, onde correm fios de águas e mágoas de uma solidão honrada, que lhe dão uma consciência do seu existir e a ideia de que só ele é capaz de mandar no país inteiro. Afeito à beleza natural da sua região não tem muitas preocupações estéticas. Simples como as pedras depostas ao vento e que lhe acalentam a casa veste de cores sóbrias que tece ao som da flauta pastoril, em delicado merino ou serrubeco ou mesmo o mais fino bragal.Tem jeito de afirmar a sua bravura na agilidade com que brande o varapau que o acompanha e no modo como levanta o mangual que lhe enriquece a mesa. É nesta configuração de pedras e gente, de pedras e pão que damos conta da localidade Fornotelheiro, que, como se lê estava ligado ao trabalho com a argila. Ali, dias 28, 29 e 30 de Julho desde o romper da Estrela d’Alva, por entre enfeitos de janelas e sacadas, haverá encontros com mostras de actividades tradicionais, artes e ofícios, jogos tradicionais, comidas regionais, conversas, tradições, costumes e crenças. Mais ao cair da luz natural, quando o sol já cansado se acomoda no horizonte música, danças e cantares, músicas das tradições e representação de cultura tradicional.

Fonte: http://www.freguesiafornotelheiro.pt/

domingo, julho 09, 2006

terça-feira, julho 04, 2006