Informações diversas e actuais a respeito da paróquia de FORNOTELHEIRO - Celorico da Beira, distrito da Guarda

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

“Nós próprios ouvimos e sabemos que Ele é realmente o Salvador do mundo”

Jesus e uma mulher samaritana encontram-se junto ao poço de Jacob e estabelecem entre si um prolongado e curioso diálogo.
O próprio diálogo em si - o facto de ele acontecer - já constitui algo de surpreendente. Na verdade, trata-se de uma conversa entre um homem e uma mulher, em lugar público e à luz do dia, o que era considerado reprovável. Até “os discípulos ficaram admirados por Ele estar a falar com aquela mulher”. Além disso, trata-se de uma mulher samaritana. Ora, como informa o evangelista, “os judeus não se dão com os samaritanos”.
Depois, o diálogo é, de parte a parte, franco e provocador. Cada um pergunta e responde, sem rodeios nem reservas, o que pensa e o que sente.
A samaritana considera um atrevimento que Jesus tenha metido conversa com ela, pedindo-lhe de beber, e, por conseguinte, interpela-o, em tom de censura: “como é que tu sendo judeu, me pedes de beber, sendo eu samaritana? Mais adiante, põe em dúvida que Jesus lhe possa dar uma “água viva”, uma água superior à daquele poço: “serás tu maior do que o nosso pai Jacob?”

Por sua vez, Jesus também a provoca, quando a manda ir chamar o marido, sabendo Ele muito bem, como confirmará depois, que ela se encontra numa situação irregular. “Não tens marido, pois já tiveste cinco e aquele que tens agora não é teu”. No entanto, com esta sua intervenção, Jesus, de modo algum, pretende humilhar a mulher. Pelo contrário, deseja ajudá-la a tomar consciência da realidade em que vive e a levá-la à conversão.
Jesus também questiona e corrige a concepção que ela tem quanto ao lugar em que se deve prestar culto a Deus. Para Deus, o importante não é o lugar de culto, seja Jerusalém ou Garizim, mas que as pessoas prestem culto em “espírito e em verdade, um culto que brote do coração, que seja autêntico e sincero.


O Diálogo vence todas as barreiras e preconceitos, a nível étnico, cultural e religioso. E, acima de tudo, permitiu à samaritana chegar ao verdadeiro conhecimento de Jesus. Foi precisamente esse objectivo que motivou Jesus a provocar aquela conversa! Jesus fala com as pessoas, não para se entreter ou passar o tempo, mas para se lhes dar a conhecer.
A mulher, no início do diálogo, pensa que Jesus é apenas um judeu, um judeu atrevido! Depois, quando Jesus mostra conhecer a sua vida pessoal, suspeita que seja um profeta. De seguida, o próprio Jesus se apresenta como o Messias esperado. Finalmente, com todos os outros seus conterrâneos, descobre e confessa que Jesus é o Salvador do mundo.


Tudo começou por um encontro, aparentemente, fortuito, e, a partir deste, chega ao encontro pessoal com o Salvador dos homens! Foi ao poço como todos os outros dias, buscar água, mas, nesse dia, tendo encontrado lá a Fonte da água viva, voltou repleta dessa água que “jorra para a vida eterna”!
E essa “água viva” - a vida de Deus a circular já na sua vida - impele-a a deixar a bilha junto ao poço e a correr à cidade, para partilhar com os seus concidadãos aquela extraordinária experiência. E, reconhecendo que eles só têm a ganhar fazendo a mesma experiência, convida-os a ir ter com Jesus.
Os samaritanos foram pressurosos ao encontro de Jesus e entusiasmaram-se tanto que lhe pediram que ficasse mais algum tempo com eles. Depois de dois dias com Jesus, muitos acreditaram nele e disseram à mulher: “já não é por causa das tuas palavras que acreditamos. Nós próprios ouvimos e sabemos que Ele é realmente o Salvador do mundo”.
O ter Jesus no meio deles e sentir a sua proximidade, o viver com Jesus e testemunhar a sua vida, o verificar como Jesus se interessa por eles e o experimentar como Ele os ama, motiva a fé daqueles homens e mulheres.
  • Não basta conhecer Deus só de ouvido, ou seja, pelo que os outros dizem, ainda que sejam excelentes pregadores;
  • não basta conhecer as verdades sobre Deus, ainda que sejam expostas pelos mais qualificados teólogos;
  • não basta participar nas acções litúrgicas, ainda que sejam as mais esplendorosas;
  • não bastam os exemplos dos santos, ainda que sejam os mais famosos.
Tudo isso ajuda mas não basta. É indispensável que cada um faça a experiência pessoal de Deus. Só então a fé acontece - uma fé que entusiasma o homem e transforma a sua vida!
A mulher devia ter ido com pressa buscar a água. De resto, “era por volta do meio-dia” e fazia muito calor! No entanto, bem depressa esqueceu a pressa e se abstraiu do calor, entregando-se inteiramente à conversa com Jesus! E, depois, ainda teve tempo para conduzir muitos outros até Jesus!
A pressa faz-nos perder graças de Deus e impede-nos de fazer bem ao nosso semelhante. Mas a pressa que nós temos não se deve tanto à falta de tempo mas muito mais à falta de amor.

domingo, fevereiro 24, 2008

TESTE A SUA VIVÊNCIA QUARESMAL

A atitude ante a oração ou os actos de piedade, a convivência com os outros ou simplesmente a capacidade para estar em silêncio podem dar pistas sobre a temperatura da vida espiritual de cada um. Ainda que a fé não se possa medir, estas perguntas podem ajudá-lo a saber como está a sua vida espiritual:

1. Custa muito a manter-se em silêncio e, quando está sozinho, costuma ligar todos os electrodomésticos que há em sua casa?

2. Costuma dedicar tempo a orar nalgum momento do dia?

3. Aos domingos, participa na Santa Missa?

4. Os actos de piedade aborrecem-no e foge de todo o religioso porque o enfada?

5. Sofre de ansiedade continuamente e o mau génio apodera-se de si com facilidade?

6. Vive bem, mas sente que a sua vida está vazia e que algo lhe faz falta?

7. Desfruta com plenitude do tempo e consegue arranjar tempo para tudo?

8. É tolerante e encontra o lado positivo nas situações difíceis?

9. Vive criticando os outros e costuma impor os seus pontos de vista?

10. Sente que Deus não o escuta, não o quer ou Se esqueceu de si?

11. É capaz de reconhecer os seus erros e de pedir perdão?

12. Agradece a Deus e aos outros pelos favores recebidos?

Respostas:

—1 Sim. 2 Não. 3 Não. 4 Sim. 5 Sim. 6. Sim. 7. Não. 8 Não. 9 Sim. 10 Sim. 11 Não. 12 Não.
Você tem totalmente descuidada a sua vida espiritual; isto pode provocar um grande desequilíbrio. É hora de voltar para Deus.

—1 Não. 2 Sim. 3 Sim. 4 Não. 5 Não. 6 Não. 7 Sim. 8 Sim. 9 Não. 10 Não. 11 Sim. 12 Sim.
Aparentemente, você esforça-se por cultivar a sua vida espiritual, mas tenha cuidado, pois ninguém é tão perfeito.

— Se as suas respostas não são Sim ou Não, mas Às vezes seguramente deve ser mais ordenado e paciente, mas está no bom caminho. Ânimo!

— As outras múltiplas opções de resposta indicam que você está em processo de conversão. Aproveite a Quaresma para acolher o Espírito.

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

As tentações de Jesus são as mesmas de hoje

As tentações que Jesus enfrentou e venceu são as mesmas com que nós temos de nos confrontar e às quais, muitas vezes, sucumbimos.

Jesus, apesar das propostas tentadoras do Demónio, manteve sempre a sua clarividência quanto ao lugar de Deus, defendendo que o homem precisa da palavra que sai da boca de Deus e que o homem só deve adorar Deus e só a Ele deve prestar culto. O homem, por sua vez, perdeu a lucidez e cedeu perante a hipótese de vir a ser como um deus. O homem convenceu-se de que poderia ser mais ele mesmo e mais feliz, se expulsasse Deus da sua vida e ocupasse o seu lugar.

Esta atitude do homem, que pode ser mais ou menos consciente e explícita, leva-o a querer tudo, a mandar em todos e a ser o centro de todas as atenções. Quem cai na tentação de excluir Deus da sua vida, cai também na tentação de idolatrar a riqueza, a fama e o poder. E quando o homem se julga no direito de se impor e sobrepor aos outros e de usar tudo e todos em função de si mesmo, pondo de lado a verdade e o amor, são gravemente perturbadas as relações humanas, quer a nível familiar quer a nível social.
Quando encara e gere assim a sua vida, o homem não respeita os direitos e a dignidade dos outros. Deste facto e do choque de interesses que ele provoca, surgem toda a espécie de conflitos, diferentes formas de opressão, profundas injustiças e desigualdades e todo o cortejo de misérias que afectam tão gravemente as famílias e a sociedade.

Jesus, no deserto, venceu as tentações e, na cruz, venceu o pecado do homem. Na medida em que acredita em Cristo e O acolhe na sua vida, o homem pode recuperar a dignidade e a liberdade que o pecado lhe roubou. Nessa caminhada de regeneração interior, o homem precisa do deserto e de silêncio, do Espírito Santo e de oração. O silêncio interior deixa-nos ouvir a voz de Deus e entrar em comunhão com Ele. E só quando olhamos para dentro de nós mesmos e deixamos que o Espírito santo nos ilumine, vemos a verdade do que somos, descobrimos que não somos um deus e reconhecemos que só temos a lucrar se renunciarmos a essa pretensão.

Deus não é um rival nem constitui uma ameaça para o homem. Pelo contrário é um Pai e um amigo. Assim, compreendemos e aceitamos a importância da sua palavra para a nossa vida, reconhecemo-lo como o único Deus, o único ao qual devemos adorar e prestar culto.
À luz da fé neste verdadeiro Deus:
  • entendemos a riqueza na linha da justiça e da partilha;
  • compreendemos o poder como uma missão e um serviço;
  • olhamos para o nosso semelhante com respeito, reconhecendo e apreciando as suas qualidades, as suas virtudes e o seu valor.

sábado, fevereiro 09, 2008

«Cristo fez-se pobre por vós» Mensagem para a Quaresma

Queridos irmãos e irmãs!

1. Todos os anos, a Quaresma oferece-nos uma providencial ocasião para aprofundar o sentido e o valor do nosso ser de cristãos, e estimula-nos a redescobrir a misericórdia de Deus a fim de nos tornarmos, por nossa vez, mais misericordiosos para com os irmãos. No tempo quaresmal, a Igreja tem o cuidado de propor alguns compromissos específicos que ajudem, concretamente, os fiéis neste processo de renovação interior: tais são a oração, o jejum e a esmola. Este ano, na habitual Mensagem quaresmal, desejo deter-me sobre a prática da esmola, que representa uma forma concreta de socorrer quem se encontra em necessidade e, ao mesmo tempo, uma prática ascética para se libertar da afeição aos bens terrenos. (…) A esmola ajuda-nos a vencer esta incessante tentação, educando-nos para ir ao encontro das necessidades do próximo e partilhar com os outros aquilo que, por bondade divina, possuímos. (…)

2. Segundo o ensinamento evangélico, não somos proprietários mas administradores dos bens que possuímos: assim, estes não devem ser considerados propriedade exclusiva, mas meios através dos quais o Senhor chama cada um de nós a fazer-se intermediário da sua providência junto do próximo. (…)

3. O Evangelho ressalta uma característica típica da esmola cristã: deve ficar escondida. «Que a tua mão esquerda não saiba o que fez a direita», diz Jesus, «a fim de que a tua esmola permaneça em segredo» (Mt 6, 3-4). (…) que esta consciência acompanhe cada gesto de ajuda ao próximo evitando que se transforme num meio nos pormos em destaque. Se, ao praticarmos uma boa acção, não tivermos como finalidade a glória de Deus e o verdadeiro bem dos irmãos, mas visarmos antes uma compensação de interesse pessoal ou simplesmente de louvor, colocamo-nos fora da lógica evangélica. (…) A esmola evangélica não é simples filantropia: trata-se antes de uma expressão concreta da caridade, virtude teologal que exige a conversão interior ao amor de Deus e dos irmãos, à imitação de Jesus Cristo, que, ao morrer na cruz, Se entregou totalmente por nós. Como não agradecer a Deus por tantas pessoas que no silêncio, longe dos reflectores da sociedade mediática, realizam com este espírito generosas acções de apoio ao próximo em dificuldade? De pouco serve dar os próprios bens aos outros, se o coração se ensoberbece com isso: tal é o motivo por que não procura um reconhecimento humano para as obras de misericórdia realizadas quem sabe que Deus «vê no segredo» e no segredo recompensará.

4. Convidando-nos a ver a esmola com um olhar mais profundo que transcenda a dimensão meramente material, a Escritura ensina-nos que há mais alegria em dar do que em receber (…). Todas as vezes que por amor de Deus partilhamos os nossos bens com o próximo necessitado, experimentamos que a plenitude de vida provém do amor e tudo nos retorna como bênção sob forma de paz, satisfação interior e alegria. (…)

A esmola, aproximando-nos dos outros, aproxima-nos de Deus também e pode tornar-se instrumento de autêntica conversão e reconciliação com Ele e com os irmãos.

5. A esmola educa para a generosidade do amor. (…) Não se resume porventura todo o Evangelho no único mandamento da caridade? A prática quaresmal da esmola torna-se, portanto, um meio para aprofundar a nossa vocação cristã. Quando se oferece gratuitamente a si mesmo, o cristão testemunha que não é a riqueza material que dita as leis da existência, mas o amor. Deste modo, o que dá valor à esmola é o amor, que inspira formas diversas de doação, segundo as possibilidades e as condições de cada um.

6. Queridos irmãos e irmãs, a Quaresma convida-nos a «treinar-nos» espiritualmente, nomeadamente através da prática da esmola, para crescermos na caridade e nos pobres reconhecermos o próprio Cristo. (…) Com a esmola, oferecemos algo de material, sinal do dom maior que podemos oferecer aos outros com o anúncio e o testemunho de Cristo, em cujo nome temos a vida verdadeira. Que este período se caracterize, portanto, por um esforço pessoal e comunitário de adesão a Cristo para sermos testemunhas do seu amor. Maria, Mãe e Serva fiel do Senhor, ajude os crentes a regerem o «combate espiritual» da Quaresma armados com a oração, o jejum e a prática da esmola, para chegarem às celebrações das Festas Pascais renovados no espírito. Com estes votos, de bom grado concedo a todos a Bênção Apostólica.
Vaticano, 30 de Outubro de 2007
Papa Bento XVI

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Vive esta Quaresma guiado pelo Pe. António Vieira

"Não há motivo mais eficaz para Deus perdoar,
do que da nossa parte o rogar".

"Para falar ao vento, bastam palavras;
para falar ao coração, são necessárias obras ".

"A pregação que frutifica,
a pregação que aproveita
não é aquela que dá gosto ao ouvinte,
é aquela que lhe dá pena".

"Cada um é da cor do seu coração".

No dia em que celebramos 400 anos do nascimento do Pe. António Vieira, que magnificos pensamentos para começarmos esta Quaresma. Que pena que este português não seja mais conhecido e estudado...

sábado, fevereiro 02, 2008

Seduz-te a ideia da vida eterna?

“É grande nos Céus a vossa recompensa”.
No Domingo passado, Jesus dirigiu-nos este convite: “arrependei-vos, porque o reino de Deus está próximo”. Foi com estas palavras que Jesus deu início à sua pregação. E elas constituem a síntese do Evangelho de Jesus.
Hoje, através das bem-aventuranças, Jesus indica as atitudes e os sentimentos que o homem deve ter, o que o homem deve fazer e o modo como deve viver:
  • para acolher e pertencer ao reino de Deus;
  • para o ajudar a construir no mundo dos homens;
  • e para o receber como herança na vida eterna.

    “É grande nos Céus a vossa recompensa”.
És sincero, quando dizes, ao professares a tua fé: “espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há-de vir”? Estas palavras correspondem ao que realmente sentes e acreditas?

Acreditas o suficiente em Deus como para acreditares também que Ele te criou para a eternidade? Acreditas que Jesus é “a ressurreição e a vida” e que pode garantir a ressurreição e a vida eterna a todos os que nele acreditam?
Seduz-te a ideia de uma vida eterna?
Deslumbra-te a possibilidades de a receberes como herança? Sentes-te estimulado a percorrer o caminho para a alcançares?

Ao contemplar o mundo, a sua grandeza e a sua beleza, o tempo e a trajectória da sua evolução; ao seguir o desenrolar e o fio condutor da história humana; ao olhar para a intimidade do meu ser e ao perscrutar as minhas inquietações e aspirações existenciais; descubro, antes de mais, que Deus existe. Deus é para mim uma evidência e uma necessidade inquestionáveis.
Depois, descubro que o mundo existe para o homem e que é o homem que dá sentido ao mundo. Sim, que sentido teria o mundo, se o homem não estivesse no mundo para o contemplar e o usufruir?

Descubro ainda que o homem, todo o homem, deseja vencer as fronteiras do espaço e do tempo; no mais fundo de si mesmo, todo o homem aspira a encontrar-se com Deus e a ser como Ele. E nisto não há pecado. Pecado existe, e gravíssimo, quando o homem pretende eliminar Deus da sua vida e ocupar o seu lugar.

De resto, o próprio Deus quis e quer que o homem seja semelhante a Ele. Na verdade, Criou-o à sua imagem. Como consequência lógica, Deus exorta todos os homens: “sede santos, porque Eu, o vosso Deus, sou santo”. Por sua vez, Jesus, situando-se na mesma linha e seguindo a mesma lógica, diz-nos: “sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste”. E o apóstolo São João confirma que um dia “seremos semelhantes a Ele (Deus), porque O veremos tal como Ele é”.
O facto de Deus ter criado o mundo a pensar no homem e ter constituído o homem como o administrador do mundo; o facto de o mundo existir há tanto tempo e o facto de o homem existir tão pouco tempo neste mundo; o facto de Deus ter criado o homem à sua imagem e de o homem desejar ser como Deus; levam-me a concluir e a acreditar que Deus criou o homem a pensar no mundo do Céu - o mundo de Deus, o mundo da eternidade. Deus criou este mundo a pensar no homem e criou o homem a pensar no Céu!!!



Mas temos mais razões para esperar “a vida do mundo que há-de vir”.
  • Jesus Cristo, com as suas palavras e com as suas obras, e mais ainda com a sua ressurreição, mostrou e provou que era o Filho de Deus. Mas que interesse teria para nós a vinda do Filho de Deus ao nosso mundo, se Ele não vencesse a nossa morte com a sua morte e com a sua ressurreição não garantisse a nossa? Teria sido em vão a sua vinda, seria inútil acreditar nele, seria uma ilusão seguir a trás dele. “Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram”(1Cor 15, 20).

  • Muitos procuram justificar as suas dúvidas ou mesmo a sua descrença, argumentando que aqueles que partem (os mortos) não dão sinais de vida. Mas esses, que assim pensam e falam, enganam-se.
Os milagres que Deus realiza por intercessão dos santos são sinais, mais do que evidentes e credíveis, de que eles continuam vivos. Caso contrário, Deus só realizaria milagres, quando estes lhe fossem pedidos sem a mediação de ninguém.
Os milagres, exigidos para a beatificação ou canonização de alguém, são cientificamente provados, ou seja, as curas só são declarados como milagres depois de os cientistas verificarem que elas não podem explicar-se de outro modo (não podem explicar-se cientificamente).
Afinal, os que partem dão sinais de que estão vivos e, além disso, de que podem intervir em favor daqueles que ainda vivem na terra!
Mas também na nossa vida pessoal, se estamos atentos às manifestações de Deus e receptivos aos seus dons, encontramos sinais que nos apontam na mesma direcção, que clarificam a nossa fé e corroboram a nossa esperança.
  • Acredito em Deus e “espero a vida do mundo que há-de vir”;
  • Acredito em Cristo e “espero a ressurreição dos mortos”.
  • Acredito, porque Deus me dá muitas razões, mais que suficientes e consistentes, para acreditar. E esta fé é o fundamento inabalável da minha esperança.
É esta esperança que nos impede de desistir ou de cair no desânimo:
  • quando temos de suportar o insucesso da nossa missão junto dos homens;
  • quando verificamos que esmorece sempre mais o entusiasmo da fé dos cristãos;
  • quando vemos que são cada vez mais aqueles (crianças, jovens e adultos, pais e filhos) que se afastam da prática da vida cristã;
  • quando não vislumbramos o que devemos fazer para inverter esta situação.

Penso, mais, estou persuadido de que nesta situação o que temos a fazer e Deus nos pede é precisamente isto: dar testemunho da nossa esperança.

sábado, janeiro 26, 2008

Metanóia - Mudai de vida, porque o reino de Deus está próximo

O evangelho de hoje deixa-nos uma palavra chave: METANÓIA. É uma palavra grega que significa "mudar, converter".
Não mudamos, apenas porque fizemos mal, porque cometemos um erro. Esta mudança, de que fala o Evangelho, vai mais além.

É um apelo a mudar para melhor. Um incentivo a procurarmos a prefeição ao longo de toda a nossa vida.


Às vezes até é fácil mudarmos a maneira de pensar, mas é muito mais difícil mudarmos a maneira de actuar, de viver. Às vezes, não fazemos isto ou aquilo, não porque mudámos, mas porque a lei o proíbe ou porque não temos coragem para fazer aquilo que nos apetece fazer.
Não é, concerteza, desta mudança que fala o Evangelho. Uma simples mudança exterior.
Aquilo que Jesus Cristo quer é uma verdadeira mudança, uma mudança interior.

"Mudai de vida", mudai por amor. E esta mudança manifesta a nossa fé e o nosso amor para com Deus e para com os irmãos. A caridade é um dos sinais visiveis da nossa mudança.

Não esqueçamos a palavra central deste Domingo: "METANÓIA".

sexta-feira, janeiro 25, 2008

A Igreja não precisa nem pode contentar-se apenas com remendos novos

“A Palavra de Deus na vida e missão da igreja”. É o tema do próximo Sinodo dos Bispos que o Clero da Guarda quis preparar participando nestas jornadas de formação.
A Palavra de Deus atraiu uma centena de padres. Há quanto tempo isto não acontecia... O contentamento era generalizado, pela elevada participação e pelo interesse demonstrado. Afinal, a Palavra de Deus é um tema importante e que desperta interesse. Os santos da casa também...

Na primeira conferência da manhã, o padre José Manuel Martins de Almeida, formado em Sagrada Escritura pelo Instituto Biblico de Roma, falou sobre as razões e objectivos, abrangências e expectativas do Sínodo sobre a Palavra de Deus.

“A Igreja no seu todo, na vida dos seus membros, na sua organização e nas suas estruturas, nas suas actividades pastorais e acções litúrgicas, deve repensar-se sempre e renovar-se continuamente à luz da Palavra de Deus”.

Acrescentou também que “não basta que os cristãos conheçam melhor a Sagrada Escritura e que tenham um mais amplo acesso à palavra de Deus. É necessário dar plena liberdade à Palavra de Deus, para que não haja parte nenhuma da vida dos cristãos nem da vida da Igreja que não seja animada e modelada por ela”. E explicou: “é necessário superar, de uma vez por todas, a tentação de nos contentarmos com o remendo novo em vestido velho, ou seja, a tentação de promover ou aceitar apenas mudanças secundárias e parciais”.

“De uma Igreja que reflecte e vai reflectir sobre a Palavra de Deus ‘em toda a sua vastidão’ espera-se que aceite e abrace o desafio de Jesus: ‘vinho novo em odres novos’. A Igreja não precisa nem pode contentar-se apenas com remendos novos. Ela precisa de ser um odre completamente novo, segundo a palavra de Deus, ou seja, em consonância com o vinho novo que é Jesus Cristo”.
Francisco Barbeira - «Jornal A Guarda»

sábado, janeiro 19, 2008

Cristãos vivem "semana ecuménica"

O percurso rumo à unidade dos Cristãos é longo e e vai conhecendo altos e baixos. Em cada ano, o Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos esquece surge como uma oportunidade para colocar diante de debates, reflexões e orações as razões para a união entre os que professam a fé no mesmo Cristo.
Este ano, novas iniciativas e projectos marcam o dinamismo ecuménico nas diferentes regiões do país, com destaque para o trabalho realizado entre a juventude, apresentado neste dossier por João Luís Fontes, participante nas Assembleias Ecuménicas e dinamizador do Fórum Ecuménico Jovem.

2008

"Rezai sem cessar", o apelo deixado por São Paulo, é também o pedido dos representantes das Igrejas cristãs para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que em 2008 completa um século.

O tema, a partir da 1ª Carta do Apóstolo aos Tessalonicenses, vai reunir anglicanos, católicos, ortodoxos e protestantes, em encontros de oração pela unidade plena.

O material foi preparado por um grupo ecuménico dos Estados Unidos da América, para recordar a primeira semana com estas características celebrada em Graymoor (Garrison, Nova Iorque) de 18 a 25 de Janeiro de 1908, e está disponível no sítio na Internet do Vaticano - www.vatican.va -, na secção do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos.

Tradicionalmente, a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos é celebrada de 18 a 25 de janeiro. Estas datas foram propostas em 1908 por Paul Wattson abrangendo o período entre a festa de São Pedro e a de São Paulo. Esta escolha tem, portanto, um significado simbólico.

No Hemisfério Sul, onde o mês de janeiro é um período de férias de Verão, prefere-se adoptar uma outra data, por exemplo, nas proximidades da festa de Pentecostes.

segunda-feira, janeiro 07, 2008

D. Manuel Felício vai encontra-se com os crismados

No próximo dia 20 de Janeiro, no Centro Pastoral D. João de Oliveira Matos, pelas 14.30 h, conforme tinha já prometido, o Senhor D. Manuel Felício, Bispo da Guarda, vai encontrar-se com os jovens que se crismaram nestes últimos três anos.

É significativo que o Senhor Bispo queira estar com os jovens, para falar com eles e também para os ouvir. Além disso, esta é uma oportunidade para cada um recordar as promessas que fez nesse dia e reavivar a sua fé.


É uma oportunidade para mostrarem que JESUS continua a ser importante nas suas vidas e que o ESPIRITO SANTO, que receberam no dia da Confirmação, produziu os seus frutos.

Formação de Adultos

Durante este mês Janeiro estão abertas as inscrições para Formação de Adultos. É um momento propício para aqueles que ainda não estão crismados (com 25 anos ou mais) se preparem para receberem o Sacramento do Crisma.

Inscreve-te.

terça-feira, janeiro 01, 2008

Olhei... e vi o mundo

No Dia Mundial da Paz faz-nos bem olhar para o mundo, para a sociedade, para as nossas famílias e reflectir para sonharmos com um mundo renovado pela mensagem do Menino Jesus, o "Principe da PAZ".


"A FAMÍLIA
a primeira e insubstituível
educadora para a paz”

A FAMÍLIA
é a principal
“agência” de paz.

BENTO XVI

Não deixe de ver este video:

segunda-feira, dezembro 31, 2007

O papa realça o valor da familia tradicional

"Numa vida familiar sã experimentam-se algumas componentes fundamentais da paz: a justiça e o amor entre irmãos e irmãs, a função da autoridade manifestada pelos pais, o serviço carinhoso aos membros mais débeis porque pequenos, doentes ou idosos, a mútua ajuda nas necessidades da vida, a disponibilidade para acolher o outro e, se necessário, perdoar-lhe”. Bento XVI

Na verdade, é no seio da família que despertamos para a vida e para o valor da vida, que fazemos a primeira experiência do amor e o descobrimos e aprendemos a viver nas suas diferentes vertentes.

Este amor, que circula entre todos, anima e gere o mundo das relações, levando-nos à descoberta e vivência dos outros valores:
• a verdade e a sinceridade,
• a partilha e a doação,
• a gratuidade e a gratidão,
• a comunhão e a tolerância,
• a justiça e a solidariedade,
• o diálogo e a liberdade,
• a obediência e a disciplina…



São estas vivências e estes valores, experimentados e adquiridos naturalmente na nossa família, que, depois, transpomos, também naturalmente, para a nossa vida em sociedade, contribuindo para fazer dela uma verdadeira família, um autêntico mundo de paz.

A família humana, cada família é, deveria ser, essa é a sua principal razão de ser, uma comunidade de amor e de paz.

No entanto, hoje e desde algum tempo, verificamos que a família está em crise, sobretudo no nosso chamado mundo ocidental. São muitos os que atentam contra ela, quer ao nível dos indivíduos quer ao nível dos Estados. Esses esquecem, ainda não se aperceberam ou não o querem reconhecer, que a crise da família constitui a maior e mais grave ameaça à paz.

• Cada vez com mais facilidade e leviandade se desfaz o casamento e se destrói a família com apoio legal. E muitos, verdadeiramente inconscientes e insensatos, consideram isto como um avanço civilizacional!

• Depois, a equiparação das uniões de facto ao casamento e a aprovação dos casamentos homossexuais constituem uma clara e perigosa deturpação do conceito de casamento e de família.

• E porque não referir também, ainda que não seja politicamente correcto fazê-lo, a incapacidade ou a falta de vontade de muitos esposos e pais em construírem verdadeiras famílias – famílias que sejam comunidades estáveis de amor. Muitos desses não têm valores nem convicções. A quase todos esses falta o espírito de sacrifício.

No que se refere aos filhos, os pais, de um modo geral, fazem grandes sacrifícios para lhes darem coisas e garantirem bem-estar. Mas não estão dispostos a fazer grandes sacrifícios para lhes darem o que é mais importante e indispensável para eles: uma família na qual possam viver e crescer harmoniosa e equilibradamente “em sabedoria, em estatura e em graça”.

Quando se verifica esta situação de crise, as famílias, precisamente porque o não são, tornam-se geradoras de tensões e de conflitos, são responsáveis por diversos fenómenos de marginalidade e violência que afectam e perturbam a estabilidade e a harmonia sociais.

É claro que a família, para realizar a sua missão, para garantir bons cidadãos, autênticos construtores da paz, não só não deve ser atacada como, pelo contrário, deve ser oportunamente apoiada por todos, muito concretamente pelos Estados. Estes, se efectivamente desejam agir de boa fé, devem saber e assumir que o investimento feito em favor da família é o melhor e o mais eficaz investimento ao serviço da paz.

E nós, os cristãos, muito mais do que todos os outros, devemos trabalhar em prol da família, pois acreditamos que a família humana é sagrada, é imagem da família divina.

• Em primeiro lugar, devemos defender, com coragem e de-terminação, o valor inquestionável da família tradicional (fundada no matrimónio entre um homem e uma mulher) sem temer que nos considerem tradicionalistas e antiquados.

• Depois, procurando construir a nossa própria família à luz da palavra de Deus e seguindo o modelo da Sagrada Família de Nazaré.

Só assim Deus nos tomará a sério, quando lhe suplicarmos o dom da paz.

De verdadeiras famílias é o que os indivíduos e a sociedade mais precisam

Já o sabemos e acreditamos: a Família de Nazaré – a família de Jesus, Maria e José - é a mais sagrada de todas as famílias. Mas também sabemos e acreditamos que todas as famílias são sagradas.
Na verdade, Deus sonhou e criou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança, ou seja, como uma família, já que Deus é uma família: Pai, Filho e Espírito Santo. É a família no seu todo, e não o homem e a mulher considerados individualmente, que é a imagem de Deus, o reflexo do seu ser e da sua vida. À imagem de Deus, a família é uma comunidade de amor geradora de vida!
Deus quis e quer que a vida dos homens na terra seja e se desenrole segundo modelo da vida do Céu, o seja, segundo o modelo da família divina, até porque é a essa meta última que Deus deseja conduzir a humanidade inteira.

Ao enviar o seu Filho ao mundo dos homens, Deus quis que Ele nascesse e vivesse numa família humana. E Deus providenciou-lhe essa família, escolhendo e preparando Maria e José. Até o Filho de Deus, na sua condição humana, teve necessidade de uma família!
Deus quis, como vimos no domingo passado, que José recebesse Maria como sua esposa e assumisse a missão de pai em relação a Jesus. Deste modo, ele passa a fazer parte integrante e insubstituível da sagrada família. Agindo assim, Deus reconhece que Maria, como qualquer mãe, tem necessidade de um marido e que Jesus, como qualquer filho deste mundo, tem necessidade de um pai. Mais, Deus mostra que só com José, o esposo e pai, a família fica completa e perfeita.
É nesta família e como membro desta família que Jesus vive, cresce e se desenvolve “em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e dos homens”, isto é, de um modo equilibrado, harmonioso e feliz.

Toda a verdadeira família é sagrada, tem a sua origem em Deus, tem a aprovação e a bênção de Deus. Com efeito, a família, “enquanto comunhão íntima de vida e de amor fundada sobre o matrimónio entre um homem e uma mulher, é uma instituição divina colocada como fundamento da vida das pessoas” (Bento XVI).
  • Fundamento da vida das pessoas. As pessoas só podem viver e realizar-se como pessoas na comunhão de uma família. A família é necessária para todos e ao longo de toda a vida, e não só até ao momento em que cada um atinge a sua maturidade e autonomia. Trata-se de uma necessidade que abarca todo o existir do homem, desde o nascimento até à morte.
    Tanto assim é que o homem e a mulher, quando deixam o pai e a mãe, segundo a primeira página da Bíblia, só o fazem para se unirem um ao outro, ou seja, para formarem uma nova família.
  • Eles vão dar origem a uma nova família, para assim garantirem uma família até ao fim dos seus dias, uma vez que, segundo a normal lógica da vida, os pais partem antes dos filhos. Só dando origem a uma nova família – uma nova comunidade de amor geradora de vida – se perpétua a anterior, se assegura a sua sobrevivência, se garante o seu futuro.
    Por conseguinte, o deixar os pais, o formar uma nova família não significa, não pode significar, não seria justo que significasse renegar a família dos pais ou privar os pais da família, a família a que eles continua a ter direito e da qual continuam a ter necessidade até ao fim da sua vida.
  • Os filhos que partem não podem esquecer ou descurar os seus deveres em relação aos pais, sobretudo quando eles, por motivos de idade ou de doença, mais precisam do seu apoio e do seu amor.
O autor do livro de Ben-Sirá recorda oportunamente esses deveres dos filhos: “Filho, ampara a velhice do teu pai e não o desgostes durante a sua vida. Se a sua mente enfraquece, sê indulgente para com ele e não o desprezes, tu que estás no vigor da vida”.

A ingratidão para com os pais parece ser um mal antigo. A exortação do autor sagrado, a necessidade de dirigir este apelo aos filhos revela que muitos estavam em falta.
  • Hoje, também são muitos. São, infelizmente, cada vez mais aqueles que não cumprem o quarto mandamento das Lei de Deus. Por isso, são muitos os pais que, nas suas próprias casas ou nos lares onde os colocaram, sentem o esquecimento e abandono dos filhos. A solidão a que são votados torna dramática e angustiante a sua vida, constitui o seu maior sofrimento, o mais difícil de suportar! Uma dor intensa e amarga que, normalmente, eles aceitam e vivem no silêncio. O silêncio próprio de quem continua a amar, apesar do seu amor não ser correspondido por aqueles que mais amam!

  • O amor e o apoio aos pais não deve ser entendido nem vivido como um simples dever, muito menos como um peso ou um fardo. Pelo contrário, como uma providencial oportunidade que temos de lhes retribuir um pouco pelo muito que fizeram e continuam a fazer por nós. Digo, continuam a fazer, porque, apesar de limitados fisicamente ou mesmo mentalmente diminuídos, eles continuam a amar-nos, oferecendo os sacrifícios da sua vida e rezando a Deus por nós.
  • Quem ama verdadeiramente os pais, quem vê neles a imagem mais fiel de Deus (os pais são, na realidade, a imagem mais próxima Deus, são o que temos de mais sagrado na terra!), quem tem consciência de que existe e de que deve o que é ao amor continuado e sofrido dos pais, esse considera uma sorte e sente-se feliz por poder fazer e sofrer alguma coisa por eles.
  • Além disso, deve ter presente a generosa recompensa de Deus: “a tua caridade para com o teu pai nunca será esquecida e converter-se-á em desconto dos teus pecados”. Vede quanto vale aos olhos de Deus a caridade para com os pais! Ela obtém-nos o perdão dos pecados!


Aqueles que não amam e não cuidam dos pais, também não serão, por sua vez, bons pais em relação aos seus filhos. Esses não cumprirão responsavelmente a sua missão de pais, não construirão verdadeiras famílias.

De verdadeiras famílias é o que os indivíduos e a sociedade mais precisam.

Voltaremos a falar da família no dia de Ano Novo, já que o tema escolhido pelo Santo Padre para o próximo Dia Mundial da Paz é precisamente este: “Família humana, comunidade de paz”.
Entretanto, olhemos para a Sagrada Família de Nazaré, aprendamos com ela a ser família e imploremos a sua protecção para a nossa e para todas as famílias do mundo.

quarta-feira, dezembro 26, 2007

Mensagens de Natal

"Não são poucas as regiões do mundo onde o simples ir à Igreja constitui um testemunho heróico que expõe a vida da pessoa à marginalização e à violência. No mundo de hoje, os cristãos ainda são perseguidos, presos e torturados por causa da sua fé em Cristo, e algumas vezes, também sofrem e morrem pela sua comunhão com a Igreja universal e pela fidelidade ao Papa”.

Bento XVI

"O afastamento de Deus, ou o seu esquecimento e negação, constituem o maior drama da humanidade. Aconteceu, tantas vezes, em nome da autonomia do homem e da sua liberdade, pensando que pela sua inteligência e engenho podia atingir a plenitude da vida".

D. José Policarpo, Cardeal Patriarca de Lisboa

"É urgente que os políticos e outros responsáveis pela vida pública assumam a coragem de construir um futuro equilibrado, de tal maneira que sejamos um País e uma nação onde todos têm vez e voz”.
D. Manuel Felício, Bispo da Guarda

segunda-feira, dezembro 24, 2007

Amanhã a Estação está em festa...

Amanhã a Estação está em Festa, porque celebramos os 25 anos da Inauguração da Capela. É uma data marcante para esta Comunidade e, por isso mesmo, todos estão convidados a associar-se.
Não é o edifico (renovado e melhorado) que é importante, mas as pessoas que se reunem aqui para celebrar a sua fé.
Neste dia, todos somos convidados a recordar o Sr. Pe. Alberto Ribeiro e todos aqueles que, de alguma forma e com muito esforço, contribuiram com o seu empenho para levantar esta obra. Apesar de muitos dos responsáveis já estarem junto de Deus, nós queremos manifestar-lhe a nossa mais profunda gratidão. Eles continuam vivos no nosso coração e certamente junto de Deus.
A todos o nosso muito obrigado.

A Todos um Feliz Natal


Aproveito para desejar a todos a presença viva de Jesus no coração, que Ele nasça todos os dias em cada um.
BOM NATAL

sábado, dezembro 22, 2007

Natal, origem e tradições

O Natal é um tempo como nenhum outro, na vivência comunitária e familiar, tendo gerado um pouco por todo o país e o mundo modos próprios de o celebrar e de lhe apreender o significado.

A Igreja, na sua missão evangelizadora, quis dedicar um tempo para aprofundar, contemplar e assimilar o Mistério da Encarnação do Filho de Deus, tempo este que conhecemos como o Natal.

O dia 25 de Dezembro não é, necessariamente, a data histórica do nascimento de Jesus em Belém, na Judeia, no ano 748 da fundação de Roma. O "Dies Natalis" ou "Natalis Domini" foi marcado no dia 25 de Dezembro pela Igreja, com o Papa Libério, desde o século IV, a fim de suplantar a festa pagã do deus Sol, "Dies natalis invicti solis", celebrada no solstício de Inverno.

A própria designação de Natal parece ter maior conexão com a tradição cristã, do latim "Natalis" que significa nascimento. No entanto, existem muitas outras versões para a origem da palavra, algumas das quais saídas da tradição pagã, como a de "Noio hel" que significa Novo Sol.

Por outro lado, a árvore que antes era adorada por si própria ou como símbolo de vida, foi associada à celebração cristã. Para afastar os fiéis da prática de festas idolátricas, a Igreja quis ressaltar que a verdadeira luz que ilumina todo homem é Cristo e a celebração do seu nascimento na carne humana é a solenidade própria para afirmar a autêntica fé no mistério da Encarnação do "Verbo", solenemente afirmada nos quatro concílios ecuménicos de Niceia, Éfeso, Calcedónia e Constantinopla contra as grandes heresias cristológicas.

Os primeiros dados históricos relativos à festa do nascimento de Jesus Cristo remontam ao ano 336, em Roma. A eles estão ligados dois acontecimentos determinantes:
  • o Édito de Milão, em 313, pelo qual o imperador romano Constantino deu liberdade de culto aos cristãos,
  • e a existência de uma festa pagã, iniciada por Aureliano, no ano de 274, a 25 de Dezembro, em que se divinizava o sol, comemorando-se o seu "nascimento".
  • Na Igreja do Oriente, o Natal, como manifestação ou "Epifania" de Jesus, celebra-se no dia 6 de Janeiro.

A solenidade da Epifania passou para o Ocidente nos finais do séc. IV, pretendendo-se celebrar a vinda dos magos, a consequente manifestação de Jesus Cristo como Senhor de todos os povos, luz do mundo. Os textos bíblicos não especificam o dia ou mês do nascimento de Jesus. O Natal, a sua origem e tradições seguem a tradição captada por São Lucas (2,4- 7), o nascimento de Jesus aconteceu em Belém de Judá, a terra do rei David, de cuja linhagem era José, o esposo de Maria. Nos Evangelhos se afirma que Maria "deu à luz um filho e [José] pôs-lhe o nome de Jesus" (Mt 1,25) e que Maria "teve o seu filho primogénito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria" (Lc 2,7).

A tradição cristã situa o nascimento numa gruta, dado que vem de vários evangelhos apócrifos. O Livro da Infância do Salvador, dependente do influente Protoevan-gelho de Tiago (séc. II), queria pôr em relevo a virgindade de Maria. E conta que, tendo chegado a Belém, José procurou um sítio para ela dar à luz. Viu um estábulo solitário e estabeleceu-se lá. E foi em busca de uma parteira. Segundo o Evangelho do Pseudo-Mateus, nº 14, o nascimento de Jesus numa gruta contou com a presença do boi e do burro. É desse texto que provém a tradição cristã de os colocar no presépio.

O nascimento terá ocorrido, efectivamente, no ano 6 ou 7 a.C. O início da era cristã, fixado por Dionísio, o Exíguo (c. sécs. VVI), foi mal calculado, pois o rei Herodes morreu no ano 4 a.C. Com São Leão Magno, o Papa do concílio de Calcedónia, deu-se a essa solenidade o fundamento teológico, definindo-a como "sacramentum nativitatis Christi" para indicar seu valor salvífico.

Na piedade popular, o Natal goza de grande popularidade, por focar Jesus Menino no ambiente familiar. São tradições ligadas ao Advento a coroa de ramos com quatro velas que se vão acendendo sucessivamente nos quatro Domingos deste tempo; a novena do Natal, que se deve enquadrar no espírito dos dias 17 a 24, em que, nas Vésperas, se cantam as antífonas maiores ou do "Ó"; e a preparação próxima do Natal.

Com o Natal inauguram-se o presépio e a árvore do Natal armados nas igrejas, casas, montras de estabelecimentos e até nos largos das povoações. O Natal é um tempo como nenhum outro, na vivência comunitária e familiar, tendo gerado um pouco, por todo o país e no mundo, modos próprios de o celebrar e de lhe apreender o significado.
Fonte: ecclesia

quarta-feira, dezembro 05, 2007

D. Manuel Felício dá novas orientações pastorais para a Iniciação Cristã

A cúria Diocesana da Guarda acaba de publicar um texto com o título “Orientações pastorais para a Iniciação Cristã”.

Depois de um longo tempo de reflexão e consultas variadas, que demorou mais de um ano, o documento apresenta normas que foram elaboradas para ajudar os párocos e outros agentes pastorais e actuar com unidade de critérios na pastoral da Iniciação Cristã e da formação na Fé.

Depois de dizer o que é a Iniciação e o Catecumenado, o texto dá orientações para a prática pastoral em toda a nossa Diocese, nas seguintes situações:
  • Baptismo das crianças nos primeiros dias de vida;
  • Baptismo de crianças em idade de catequese;
  • Primeira Comunhão e Sacramento da Confirmação;
  • Adultos que pedem o Baptismo;
  • Iniciação Cristã e formação permanente de adultos baptizados em criança.

Recomenda-se vivamente a leitura e aplicação destas normas por todos os agentes pastorais, a começar pelos sacerdotes, para termos unidade de critérios, ao decidir sobre as várias situações aí contempladas”, refere D. Manuel Felício, Bispo da Guarda, em relação ao documento.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

ESTAR A SER ADVENTO

Irmão,
abre-te à paz do silêncio,
enche de amor o teu coração,
ilumina a tua vida com a verdade e a coragem.
Não desanimes.

Está a ser advento.
Deus está a acontecer em ti.
Mesmo que fosse a vida toda,
o tempo seria sempre pouco para rezar.

O que se segue à oração (se houver oração)
não é outra coisa senão oração.

Há o acto de oração e há o estado de oração.
É preciso estar atento ante a possibilidade de um discurso dissolvente.
Nunca tentemos amenizar o imperativo de rezar.
Se algum problema há neste campo,
não é de excesso;
é de défice.