Informações diversas e actuais a respeito da paróquia de FORNOTELHEIRO - Celorico da Beira, distrito da Guarda

terça-feira, janeiro 27, 2009

O Bruxo não resolve

Uma das realidades que atrai muita gente que se sente doente da mente, com problemas no corpo, na alma, no amor, nos negócios e procura o remédio para os seus males é o fenómeno da adivinhação: cartomantes, horóscopos, bruxaria, espiritismo, e todas outras realidades semelhantes.

Muita gente tem problemas no corpo e sobretudo na alma, no espírito, no seu pensamento, nos seus sentimentos e esses problemas podem afectar mais ou menos as pessoas e estas podem ficar mais ou menos doentes. A pessoa doente do seu psíquico fica afectada fisicamente porque a pessoa é um todo unido: corpo, pensamento, sentimentos, alma, espírito.

Vão aos médicos e, muitas vezes, os remédios não actuam porque os remédios actuam mais no físico (nos efeitos e não nas causas) e a origem (as causas) desses problemas são psíquicos e, como os remédios não curam, então vão a esses lugares citados sobretudo à bruxaria.

As pessoas ligadas a esta área do conhecimento (ou desconhecimento) falam quase sempre em realidades pouco credíveis ou até falsas e mentirosas: foi um mau olhado, uma praga, um feitiço, uma amarração, tem a morada aberta, é uma alma do outro mundo, é o demónio, etc.

São as razões que, segundo os ditos bruxos ou bruxas, levam as pessoas a ficarem doentes.

Eu gostaria de dizer a quem me lê: não se deixe enganar por essas pessoas. Todas essas causas são falsas, são erradas, são mentirosas.

Se está doente vá a um médico, fale com um sacerdote, desabafe, fale com a família. Tem problemas, desabafe, não os guarde.

Há uma razão que eu diria quase universal que leva as pessoas a ficarem doentes no seu psíquico: TEREM SIDO MAL AMADAS.

Então, se foram mal amadas e ficaram doentes, precisam de SER BEM AMADAS para se curarem...

Se uma pessoa não foi bem amada pelos pais, pelos parentes, pelos vizinhos, pelos colegas da escola ou do trabalho, pelos amigos, etc... Ela não quer viver, não gosta de viver. Por isso, vive angustiada, ansiosa, tem medo, sente-se só, não quer comer, e se comer rejeita a comida vomitando, quer morrer. A vida sem amor, sem a amizade dos outros, para esta pessoa não presta e até pode ter bens materiais abundantes...

A pessoa que FOI E É BEM AMADA, não fica doente da sua mente, do seu psíquico. Ou então, se foi bem amada não interiorizou de forma correcta essa certeza.

Você está doente da sua mente? Tem alguém que conhece e está doente? Eu gostaria de vos dizer: não foi um mau olhado, uma praga, um feitiço, uma amarração, uma alma do outro mundo ou o demónio que pôs essa pessoa doente.

Não vou falar do que diz a Bíblia contra a adivinhação, a bruxaria, etc pois lá se condena abertamente essas realidades. Essa é mais uma razaão para eu pedir às pessoas a não irem a esses lugares.

O que gostaria de alertar as pessoas é que todas essas razões são ENGANOS, FALSAS RAZÕES E MUITA MENTIRA. POR ISSO, NÃO ACREDITEM, NÃO SE DEIXEM ENGANAR, NÃO GASTEM O VOSSO DINHEIRO AÍ. Ir a esses lugares quase sempre ainda põe as pessoas mais doentes, pois quanto mais acreditarem nessas mentiras, mais doentes ficam.

Quem está doente da sua alma, da sua mente, psiquicamente, precisa urgentemente DE SER MUITO AMADO(A), ACARINHADO(A), COMPREENDIDO(A), APOIADO(A), SER BEM ACEITE.

Quando a pessoa se sentir amada por Deus e pelas pessoas, curar-se-á.

Não há almas dos defuntos, nem demónios a pôr as pessoas doentes...

Não há "mau olhado", pragas, feitiços, "amarração" a pôr as pessoas doentes. Não acredite nisso. Há seitas que exploram a ignorância das pessoas com exorcismos em todas as sessões dizendo: "Xô Satanás... Em nome de Jesus, espírito do mal, sai dessa pessoa...".
Ainda bem que a Igreja Católica evoluiu neste campo e hoje se compreende melhor o porquê de tantas doenças psíquicas e mentais que nada tem a ver com demónios ou almas do "outro" mundo...

Não se deixe enganar, nem iludir. NÃO ACREDITE NISSO.

A cura vem pelo AMOR SINCERO E CONTÍNUO a quem está doente.

Que Deus te abençoe e cure, meu irmão que me lês e acompanhas. E que Jesus Cristo seja a certeza de que Deus TE AMA INFINITAMENTE, GRATUITAMENTE E SEM CONDIÇÕES... Se Deus Te ama, nada temas...

Fonte: O perfume de Deus

sexta-feira, janeiro 23, 2009

O sacramento do baptismo hoje!

Este tema parece-me cada vez mais sério e a necessitar de uma justa e adequada explicação. O Baptismo não é um acto social e muito menos a manifestação de uma superstição. Se há coisa que me faz sofrer enquanto igreja é o modo como muita gente se aproxima deste sacramento e as resoluções e caminhos que alguns sacerdotes apontam para o mesmo... Em síntese vejamos o que é necessário saber:

O que é o Baptismo?

O Baptismo é um sacramento: um sinal visível - a água e as palavras do celebrante .- que, por sua vez, é sinal de uma realidade invisível mas real: o amor e a salvação de Deus.

O Baptismo é o primeiro sacramento. Pelo Baptismo, abrem-se-nos as portas da vida cristã e passamos as fazer parte da Igreja, a comunidade dos que seguem Jesus Cristo.

O Baptismo faz-nos filhos de Deus. Pelo Baptismo, nascemos para uma vida nova e vivemos a felicidade de ter a Deus como Pai.

O Baptismo une-nos a Jesus Cristo, faz de nós seus irmãos, faz-nos participar do seu mistério pascal: morremos com Ele, somos sepultados com Ele e ressuscitamos com Ele. Com Ele passamos da morte do pecado para a Sua vida sem fim.

O Baptismo dá-nos o Espírito Santo que é a luz que nos ilumina, a graça que nos renova, a força que nos impele a viver o Evangelho e a amar todos os homens e mulheres.

Os Padrinhos

Um pouco de história

A instituição dos padrinhos surgiu na Igreja quando se introduziu o costume de baptizar as crianças. Era necessário que alguém, diferente dos pais, e que representasse tanto a família de quem ia ser baptizado, como a comunidade cristã, se responsabilizasse pelo crescimento na fé da criança baptizada.

Critérios na escolha dos padrinhos

Os pais devem levar muito a sério a escolha de bons padrinhos para os seus filhos, para que os padrinhos não se tornem numa instituição de simples formalismo.

Nesta escolha, não se devem guiar apenas por razões de parentesco, amizade ou prestígio pessoal, mas por um desejo sincero de garantir aos filhos que tenham padrinhos capazes de fluir, mais tarde, de modo eficaz, na educação cristã do afilhado.

O número de padrinhos

Cada criança pode ter um só padrinho (homem ou mulher) ou dois (homem e mulher).

Requisitos para ser padrinho
  • Ter completado 16 anos de idade.
  • Ter capacidade para cumprir a missão própria dos padrinhos
  • Ser católico e ter recebido os três sacramentos da iniciação cristã: Baptismo, 1ª Comunhão e Crisma.

Questões práticas a ter em conta antes do Baptismo

A Veste baptismal
- A veste baptismal deve ser branca. O sentido de branco na liturgia tem a ver com a pureza. Pelo Baptismo a criança é incorporada na Igreja e nasce para uma vida nova, a vida da graça. Esse sentido de nova vida traz consigo a pureza interior simbolizada na veste branca que a criança deve trazer.

A vela do Baptismo - Os pais devem adquirir, atempadamente, a vela do baptismo, que só deve ser acendida no Círio Pascal, durante a celebração do Baptismo, e quando lhes for indicado.

Transferências de Baptismo - Quando o Baptismo é realizado numa paróquia exterior à paróquia de residência dos pais da criança, o processo de baptismo deve ser transferido. Os pais devem contactar o seu pároco, pois, o processo desenvolve-se com critérios específicos que devem ser respeitados.
Encontrei isto http://www.vigararia11.org/baptismo.php?mo=12&yr=2008'>aqui

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Processos de declaração de nulidade de matrimónio

1. Quando os católicos se casam com todas as condições requeridas pela Igreja, o casamento é para toda a vida, isto é, é indissolúvel, e nem a Igreja o pode anular, segundo o que Jesus Cristo nos ensinou: «Não separe o homem o que Deus uniu».
No entanto, se há fortes razões para pensar que não se cumpriu um desses requisitos essenciais, qualquer dos cônjuges pode pedir à Igreja que, no caso de se comprovar, proceda à declaração de nulidade do casamento, isto é, declare que afinal o casamento não foi válido.

2. A petição do cônjuge para que a Igreja declare a nulidade do seu casamento é apresentada normalmente na diocese em que se celebrou o casamento ou em que reside pelo menos um dos cônjuges.
Como o estudo do caso requer um processo especializado, o Bispo tem na sua diocese um Tribunal, cujo presidente é o Vigário Judicial, que actua em nome do Bispo.
Assim, o cônjuge interessado põe-se em contacto com o Tribunal eclesiástico da sua diocese, onde explica o seu caso e, havendo indícios de possibilidade de nulidade, formaliza a petição.

3. Os motivos que podem levar à declaração de nulidade do casamento foram surgindo ao longo dos tempos.
O matrimónio requer um compromisso mútuo de entrega e aceitação de duas pessoas em ordem à procriação e à educação dos filhos.
  • Portanto, se ambos ou um só dos cônjuges exclui esse compromisso de doação íntima ao outro, segundo a palavra de Deus no Génesis: «Já não são dois, mas uma só carne»; ou se de modo algum não quer ter filhos; ou se se reserva o direito de ter amante; ou se quer que o casamento seja temporário – então, possivelmente o casamento foi nulo, porque não terá querido casar-se verdadeiramente, embora tenha realizado a cerimónia ficticiamente.
  • Também, se um dos cônjuges oculta, propositadamente, uma circunstância que vá perturbar gravemente a vida matrimonial – como, por exemplo, ter um filho de relação não conhecida, ou estar dependente da droga –, então o casamento possivelmente é nulo, porque terá havido uma grave deficiência da entrega.
  • Nos últimos tempos, têm-se multiplicado outros casos que podem levar também à declaração de nulidade do casamento. Trata-se, por exemplo, de pessoas com tendên-cias graves de homossexualidade, que podem torná-las incapazes de um comporta-mento matrimonial devido.

4. Actualmente, tem-se difundido a ideia de considerar a vida matrimonial sobretudo como uma vida a dois do casal. Quando esta vida não corre bem, a relação esfria, azeda-se e pode chegar a romper-se. Nesta perspectiva, procura-se a causa no modo de ser do outro cônjuge. Deste modo, pode-se ser levado a atribuir como causa de nulidade do casamento o desconhecimento do outro («não sabia que era assim»), os maus tratos, a pouca dedicação à família (pelo trabalho ou pelas amizades), a infidelidade.
Estas queixas podem ser indícios de causas de nulidade, mas por si não a determinam necessariamente.

5. Pretende-se que o processo matrimonial na primeira instância de julgamento não demore mais de um ano. No entanto, no momento em que se entrega a petição para a declaração de nulidade, os membros do Tribunal encontram-se ocupados com outros processos, pelo que a petição terá de esperar a sua vez. Isto significa que o início do processo pode tardar algum tempo. Para evitar discriminações, segue-se rigorosamente a ordem de entrega da petição no Tribunal.
Apesar do esforço dos membros do Tribunal, o processo depois de iniciado pode demorar mais de um ano, sobretudo quando se requer ouvir o parecer de peritos. Normalmente, é necessária a apelação ao Tribunal de segunda instância, onde se procura que não demore mais de seis meses.

6. O processo matrimonial começa quando o Vigário Judicial nomeia o Tribunal colegial, de três juízes, um dos quais assume o ofício de instruir ou dirigir a causa e no fim será o Relator, propondo a decisão. A petição apresentada por um dos cônjuges é dada a conhecer ao outro cônjuge, para que possa pronunciar-se, aceitando ou discordando da petição ou dos motivos invocados.
Seguidamente, o juiz determina a questão, ou seja, os pontos que devem ser estudados em vista à decisão; e procede-se a ouvir separadamente, primeiro cada um dos cônjuges – as partes –, e depois as testemunhas por eles apresentadas, especialmente os pais, irmãos e outros que tenham conhecimento dos factos na altura do casamento. Os cônjuges podem ser assistidos pelos seus respectivos advogados, que devem ser peritos conhecedores do Direito da Igreja e admitidos pelo Tribunal. Se o caso assim o requerer, a pedido de um dos cônjuges ou por iniciativa do próprio juiz, podem ser ouvidos também peritos para esclarecerem alguma questão médica, etc.
Terminado este período de depoimentos e de provas, o Tribunal facilita todo o processo aos cônjuges e seus advogados, para que cada uma das duas partes apresente alegações em apoio da sua posição. Como o casamento é uma situação de importância na vida da Igreja, o Tribunal confia a defesa da sua validade ao Defensor do Vínculo – oficio análogo ao do Promotor de Justiça nos processos criminais – que acompanha o processo desde o início e se pronuncia depois de recebidas as alegações das partes.
Finalmente, o Tribunal colegial reúne-se para decidir os pontos em questão, concluindo ou não pela nulidade do casamento. A apelação da sentença, por parte de um dos cônjuges ou por decreto do juiz, é feita ao Tribunal de segunda instância.

7. Pelo conhecimento que tenho, julgo que em Portugal os Tribunais eclesiásticos são equilibrados nas suas decisões. Nalguns outros países, ouve-se falar de excessivas declarações de nulidade, ao ponto de a Santa Sé ter chamado a atenção nalgum caso.

8. Na maioria dos casos, as pessoas que introduzem nos Tribunais eclesiásticos a petição para a declaração de nulidade do seu casamento são pessoas que se encontram divorciadas civilmente e desejam estabelecer nova união matrimonial com uma pessoa católica praticante. A declaração de nulidade já permitiria celebrar casamento católico.
Também não deixa de haver algum caso em que a pessoa se sente insatisfeita pelo modo estranho como terminou o seu casamento e deseja o juízo esclarecedor da Igreja para recuperar a paz da sua consciência.

9. Naturalmente, as pessoas que vivem com normalidade o seu casamento, não têm interesse imediato pelas condições de possibilidade de nulidade dos matrimónios; também não estão interessadas as pessoas que, mesmo com dificuldades, querem defender a existência do seu casamento.
De todos os modos, é importante dar a conhecer essas condições, assim como é importante dar a conhecer as condições para que o casamento seja digno e feliz. Caso contrário, ao ventilar-se erroneamente que a Igreja agora já anula os casamentos, podia acontecer que, num momento de crise, um dos cônjuges não se esforçasse em superá-la e, pelo contrário, pensasse logo na solução mais cómoda, que é deixar fracassar, com vista a experimentar nova oportunidade.

10. Como ficou dito, o direito canónico matrimonial foi-se desenvolvendo à medida que foram surgindo os problemas com o casamento e a autoridade eclesiástica – Bispos e Papa – se foi pronunciando sobre a sua solução, a favor ou não da nulidade.
Não são as leis que fazem ou desfazem os casamentos. As leis são dadas posteriormente à vivência na Igreja, para garantir os casamentos válidos e alertar para os casos em que há irregularidades insanáveis. Por isso, as leis devem ir aperfeiçoando-se, sempre em relação com a indissolubilidade do matrimónio sacramental e a natureza ferida do homem, conforme nos ensina a antropologia cristã.
O importante é a capacidade dos juízes eclesiásticos para darem a resposta acertada aos problemas que surgem. Podem fazê-lo com as leis em vigor, usando mais ou menos subtileza. Sabem que defendem o matrimónio cristão, quer quando afirmam a sua validade, quer quando reconhecem as suas irregularidades. Como dizia Bento XVI, «uma solução contra a verdade não é uma solução pastoral».

11. Actualmente, com a evolução da mentalidade contemporânea que penetrou na Igreja, o matrimónio é visto mais como satisfação individual do que como dedicação ao outro. Podia parecer que a resposta da Igreja fosse facilitar o reconhecimento da nulidade do casamento fracassado, para dar aos cônjuges uma nova oportunidade de refazer a vida matrimonial. Aliás é o que vem fazendo a sociedade civil com o divórcio, e as consequências são a multiplicação dos divórcios, o traumatismo dos filhos, a perda de estabilidade da família, a diminuição da natalidade, etc.
Tem-se dito que a actual crise da família é antes uma crise do matrimónio. Parece ter-se perdido o ideal do matrimónio como união íntima de amor e de dedicação sacrificada do homem e da mulher, capaz de resistir à fragilidade humana e aos assaltos do ambiente.

Doutor Miguel Falcão, in Revista Celebração Litúrgica (2008). n. 6, Outubro-Novembro

Texto de colaboração para a elaboração do trabalho publicado pela jornalista Rita Bruno na revista «Família Cristã» (Março de 2008)



TRIBUNAL ECLESIÁSTICO DA GUARDA: email

sábado, janeiro 10, 2009

Passados 11 anos... a neve pintou o concelho de Celorico da Beira de branco



Envie-me fotos da neve para o email cmgh@sapo.pt

segunda-feira, janeiro 05, 2009

“Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer?”

Os Magos do Oriente, antes de chegarem a Jerusalém e baterem à porta de Herodes, já tinham empreendido uma longa viagem, percorrido um caminho difícil, através do árido deserto. Isto, porque tinham sido misteriosamente informados sobre o nascimento do rei dos judeus. Os Magos intuíram que aquele rei dos judeus era diferente de todos os outros reis e que tinha também alguma coisa a ver com eles. Por isso, sentiram-se impelidos a deixar as suas terras e ir ao seu o encontro para o adorarem.
Sabem que se trata de um rei diferente. Pressentem que o seu nascimento na terra de Israel se insere dentro dos desígnios de Deus. Mais, aquele rei é portador de algo de extraordinário para toda a humanidade.
No entanto, ainda não sabem bem em concreto quem Ele é, e muito menos sabem onde está, o lugar onde encontrá-lo.
Herodes, o rei dos judeus, é colhido de surpresa pela pergunta dos Magos. Ele nem sequer sabe que tinha nascido tal rei no seu território. Os reis mandam muito mas não sabem tudo. Eles não sabem nem querem saber o que se passa nas casas dos pobres, muito menos o que acontece nas grutas dos animais. Deste modo, escapam-lhes coisas importantes, ficam à margem de grandes acontecimentos da história. Neste caso, o mais importante nascimento da história da humanidade.
Herodes, perturbado por imaginar que este rei recém-nascido vem pôr em causa o seu lugar, pergunta aos escribas onde, segundo as Escrituras, devia nascer o Messias. Herodes intui que aquele rei dos judeus, que os Magos procuram e que os fez vir de tão longe, é o Messias esperado pelo povo de Israel.
O Messias, segundo o profeta Miqueias, devia nascer na humilde cidade de Belém. Agora, guiados pela palavra de Deus (esta torna-se na verdadeira estrela que os conduz) chegam até Jesus, o rei dos judeus que eles procuravam. Podem vê-lo, adorá-lo e oferecer-lhe os seus presentes.
Depois, radicalmente transformados, voltam à sua terra por outro caminho. No caminho de regresso, a estrela que os ilumina é o próprio Jesus. Na verdade, Jesus é “a luz verdadeira que, ao vir a este mundo, a todo o homem ilumina”.
Jesus revela-se àqueles homens do oriente, homens que não pertenciam ao povo judeu. Deste modo, Jesus prova que Ele veio para todos os povos. Ele não é apenas o rei dos judeus, mas é o Salvador de todos os homens. Deus não exclui ninguém do seu amor, o seu projecto de salvação abrange todos os povos e estende-se a todos os tempos da história.
Através dos Magos, a salvação de Deus começa a chegar a todo o mundo. Através deles, a luz de Cristo começa a chegar aos confins da terra.
“Onde está…?” Afinal quem é este rei dos judeus?
As duas perguntas são indissociáveis. Só quem sabe alguma coisa sobre Jesus é que sente curiosidade em saber mais sobre Ele. Esse procura-o com interesse e perseverança. E só quem o encontra se aproxima da verdade, ficando a saber quem Ele realmente é.
Queres saber onde encontrar hoje Jesus? Queres que Ele faça brilhar em ti a luz da sua verdade e faça sentir em ti o poder do seu amor? Estás mesmo disponível para esse encontro pessoal e real com Jesus, e para as consequentes mudanças que Ele vai exigir de ti? Estás mesmo disposto a mudar de caminho, a fazer de Jesus, da sua palavra e da sua vida, o novo caminho da tua vida?
Se tens estas disposições interiores, então ouve com atenção, porque vou dizer-te onde se encontra Jesus, onde Ele espera por ti, onde Ele está ao teu alcance.
  • Jesus está presente na sua Igreja. Ele prometeu ficar com os seus até ao fim dos tempos.
  • Podes encontrá-lo e escutá-lo no Evangelho proclamado ou na leitura pessoal da Escritura;
  • podes encontrá-lo e recebê-lo na Eucaristia;
  • podes vê-lo e amá-lo nos irmãos que te rodeiam;
  • podes encontrá-lo e oferecer-lhe presentes em que precisa (nos pobres e nos doentes, nos tristes e infelizes, nos que estão sós e abandonados, nos desprotegidos e excluídos).

Se empreenderes esta procura espiritual, se te deres a estes encontros com Jesus, se te deixares tocar por Ele, então descobrirás melhor quem Ele é e como Ele é importante e vantajoso para ti e para a vida do mundo. Então, sentirás um forte desejo, mais, uma necessidade incontida de dares testemunho dele e de O levares até àqueles que ainda O não conhecem. Então, também através de ti, muitos, ou pelo menos alguns, virão para louvar e adorar o Senhor. Assim, continuará a marcha do Senhor até ao coração de todos os homens.
Acreditas o suficiente em Jesus ao ponto de considerares que os outros também têm o direito de O conhecerem e a necessidade de acreditarem nele?

Sentes fascínio por Jesus ao ponto de te sentires impelido a partilhar a tua experiência com aqueles que te rodeiam?

O amor que sentes por Jesus, torna verdadeiramente universal o teu coração?

Acreditas e conheces Jesus ao ponto de o desejares conhecer melhor e de entrar mais na sua intimidade?

A tua vida manifesta Jesus ao ponto de as pessoas o poderem encontrar em ti?

sábado, janeiro 03, 2009

terça-feira, dezembro 23, 2008

Querem roubar-Te o Natal, Senhor.

Querem roubar-Te o Natal, Senhor.
Querem ficar com a festa,
mas não querem convidar o festejado.

Querem a árvore de Natal, mas esquecem a sua origem;
querem dar e receber presentes,
mas esquecem os que os Magos Te levaram a Belém;
querem cantos de Natal,
mas esquecem os que os Anjos Te cantaram naquela noite abençoada.
Até a São Nicolau o disfarçaram de "pai Natal".

Querem as luzes e o feriado, o peru e as rabanadas;
Querem a Ceia de Natal
mas já não vão à Missa do Galo,
nem Te adoram feito Menino nas palhinhas do Presépio.

Quando se lembram estas coisas e o facto que lhes deu origem
diz-se que "o Natal é todos os dias",
mas não se dispensa esta quadra de consumo e folguedos.

No meio de toda esta confusão deseja-se a paz e a fraternidade,
mas esquecem que só Tu lhes podes dar.

E a culpa de tudo isto ser assim… é também minha
que alinho nesta maneira pouco cristã de celebrar o teu nascimento.

Se desta vez eu der mais a quem tem menos
e comprar menos para quem já tem quase tudo…
se em vez de me cansar a correr de loja em loja
guardar esse tempo para parar diante de Ti…

Se neste Natal fores mesmo Tu a razão da minha festa…
as luzes e os cantos, o peru e as rabanadas, os presentes e a até o Pai Natal
me falarão de Ti e desse gesto infinito do Teu Amor
de teres viindo ao meu encontro nessa noite santa do teu Natal.


Rui Corrêa d'Oliveira

Natal não é consumismo

Temos de abrir o nosso coração à caridade, que é o nome cristão do amor, baseado na justiça, o primeiro degrau do verdadeiro amor do próximo.
A crise financeira, que alastra pelo mundo, vem mostrar-nos que é preciso ultrapassar a cultura do mero consumismo, com estilos de vida mais sóbrios e austeros. É evidente que se exigem da parte dos responsáveis maior rigor e controlo, mais honestidade e competência, mas também da parte de todos uma cultura da solidariedade, para que haja lugar para todos no banquete da vida.
A humanidade não está num beco sem saída. Neste Natal há três atitudes que devemos tomar: sobriedade, justiça e piedade. Vêm aí tempos difíceis, que vão exigir mudanças de hábitos, uma verdadeira conversão, na maneira de ser e de agir.
Eucaristia - Dia 25 de Dezembro - 14.00

quarta-feira, dezembro 10, 2008

O Hugo e o Celso foram ordenados diáconos


Foram ordenados Diáconos, no passado dia 8 de Dezembro, na Sé Catedral da Guarda, o Celso Marques, natural de Barco, concelho da Covilhã, que está em estágio pastoral, no arciprestado de Celorico da Beira e o Hugo Martins, natural de Celorico da Beira, que está a fazer o estágio pastoral em Loriga, concelho de Seia.


"Confio à oração de todos os fiéis da nossa Diocese estes dois candidatos aos graus do Sacramento da Ordem. Pedimos que eles venham a ser Sacerdotes segundo o Coração de Cristo. Pedimos, também, por todos aqueles que já somos sacerdotes, a exercer o Ministério nas diferentes comunidades e serviços da nossa Diocese, para que aproveitemos a oportunidade deste grande acontecimento da Diocesano e da Igreja como tal para renovarmos a nossa total entrega à causa de Cristo, Sumo e Único Sacerdote; rezamos ainda para que o Senhor desperte muitas e santas vocações sacerdotais, religiosas e missionárias nas nossas comunidades. Tenhamos presentes também, na nossa oração, os Seminários Maior e Menor e ainda o Pré-Seminário para que sejam os instrumentos que Deus quer, na hora presente, para despertar, acompanhar e preparar bem para o exercício do Ministério Ordenado aqueles que Deus chama”. D. Manuel da Rocha Felício

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Horarios



II Domingo do Advento
6 Dezembro: Estação - 17.00h (vespertina)
7 Dezembro: Fornotelheiro - 9.30h

Imaculada Conceição - 8 Dezembro
Estação - 11.00h

segunda-feira, dezembro 01, 2008

Festas da Catequese


domingo, novembro 09, 2008

Os seminários asseguram a vitalidade da Igreja e a fecundidade da sua missão

Todos os anos, a celebração da Semana dos Seminários Diocesanos convida e interpela todos os cristãos e comunidades cristãs à reflexão, à oração, à solicitude e ao interesse pelos Seminários.
Tomar consciência do Seminário e da sua missão, significa tomar consciência de uma realidade diante da qual ninguém pode ficar alheio ou indiferente.

Indispensável e de capital importância no seio de cada Igreja Diocesana, o Seminário, espaço e tempo da formação dos pastores de que precisa o Povo de Deus, exige e merece, da parte de todos, uma atenção e uma solicitude que esteja para além da consciência vaga da sua existência.

Tomar consciência da existência dos Seminários é, num primeiro momento, reconhecer o dom e a acção de Deus que assegura a vitalidade da Igreja e a fecundidade da sua missão. Contrariamente ao que tantas vezes nos querem fazer acreditar, quando tão insistentemente nos falam de números e de crise, os Seminários existem e neles continuam a formar-se todos quantos vão sendo chamados por Deus.

A nossa oração pelos Seminários ao longo desta semana é, portanto, uma oração confiante, alegre e de acção de graças pelos futuros ministros que Deus concede à Sua Igreja. Nesta mesma atitude de confiança, a nossa oração é também uma oração de súplica. Também Jesus, ao mesmo tempo que formava os seus Apóstolos, pedia para que se rogasse ao Pai para que enviasse trabalhadores para a sua messe. A Igreja terá que pedir sempre a Deus os servidores de que necessita porque não os pode dar a si mesma. O ministério sacerdotal é uma graça e um dom que se pede a Deus.

As razões que justificam a celebração de uma Semana de Oração pelos Seminários Diocesanos são importantes e de grande pertinência:
  • recordar que a Igreja vive da graça de Deus e d'Ele recebe as vocações de que necessita;
  • despertar em todos os cristãos uma maior fidelidade à missão que lhes está confiada;
  • suscitar em todos o desejo de expressar e aprofundar uma fé cada vez mais viva e actuante.

segunda-feira, novembro 03, 2008

"Alegrai-vos e exultai, porque é grande a vossa recompensa"

Celebramos, com solenidade e alegria, aqueles que já gozam no Céu a grande recompensa de Deus. Estes já sabem, por experiência própria, como são verdadeiras as palavras de Jesus. Eles constituem a multidão incontável dos santos – aqueles que já se encontram na presença de Deus, contemplando continuamente a sua face e usufruindo eternamente do seu amor.
O autor do Apocalipse garante-nos que são muitos (uma multidão imensa) os que se encontram diante do trono de Deus e do Cordeiro (Cristo) e que são provenientes de todos os povos da terra. Deste modo, o autor sagrado diz-nos que, afinal, são muitos os que se salvam e que a salvação está ao alcance de todos os homens, independentemente do povo a que pertencem.
Na verdade, Deus criou o Céu para os homens e não quer que ele fique às moscas! Precisamente por isso – para que o Céu não fique vazio, após o pecado do homem, Deus envia o seu Filho ao mundo para abrir e mostrar o caminho que conduz até ao coração de Deus.
O caminho da santidade, o caminho da salvação, o caminho do Céu é o amor.
No domingo passado, Jesus disse-nos que o mandamento do amor – amor a Deus e amor ao próximo – é o resumo de toda a revelação de Deus, a síntese perfeita do seu Evangelho, a essência de toda a vida cristã.
Santo é aquele que, no quotidiano do seu existir, ama a Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma e com toda a sua mente, e ama o próximo como a si mesmo.
Vivendo o amor, na radicalidade do seu ser e da sua vida, das suas capacidades e energias, o cristão colabora com Cristo na construção do Reino de Deus no mundo dos homens.

Hoje, através das bem-aventuranças, Jesus apresenta, de um modo novo e mais concreto, o mandamento do amor, ou seja, o programa de vida cristã:
  • as atitudes e os compromissos que os cristãos devem assumir,

  • os valores que devem cultivar e defender,

  • o tipo de relações que devem estabelecer
  • e o que devem fazer para ajudar a construir na terra o reino dos Céus e para, depois, o receberem como prémio e herança eterna.

As bem-aventuranças pressupõem, antes de mais, a fé em Deus. Pobre em espírito é aquele:

  • que tem consciência de que depende de Deus e precisa de Deus para viver com sentido e ser verdadeiramente feliz;
  • que confia plenamente nele e lhe consagra totalmente a sua vida (a sua mente, o seu coração e a sua vontade).
  • Depois, tem consciência e aceita a realidade do que é: é quase um ser divino, mas não pode ocupar o lugar de Deus nem sobrepor-se ou impor-se aos homens como se fosse Deus (é humilde).

Aquele que acredita no verdadeiro Deus (o pobre em espírito) e se aceita na verdade do que é (o humilde de coração):

torna-se compassivo e misericordioso, compreensivo e tolerante;
é sincero e transparente, recto nas suas intenções e puro nos seus sentimentos;
é justo e solidário, é manso e pacífico.

Agindo assim, o cristão imita Jesus e dá testemunho dele, estando mesmo disposto a sofrer, a ser caluniado e perseguido pelo seu nome.
O caminho do amor é exigente e difícil.
O amor é aquela porta estreita pela qual o homem deve passar para alcançar a salvação. É estreita e difícil, porque, por um lado, exige que superemos o nosso egoísmo e, por outro, que suportemos com mansidão a agressividade do egoísmo dos outros.

O homem não é Deus.
O homem torna-se numa ameaça para si e para a huma-nidade sempre que se julga e actua como se fosse um deus. No entanto, o homem pode e deve imitar Deus na sua santidade e na sua perfeição. Esta é, na verdade, a vocação do homem!
O apóstolo Paulo, por meio da Carta aos Efésios, dirige-nos este convite: “Sede imitadores de Deus, como filhos bem amados” (Ef 5, 1). Por sua vez, Jesus exorta-nos: “sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste”(Mt 5, 48). O próprio Deus nos pede: “sede santos, porque Eu, o vosso Deus sou santo”.
Deus não brinca connosco, exigindo-nos o impossível.
Deus só nos pede aquilo para o qual nos capacita.
Consequentemente, está ao nosso alcance e é nosso dever ser santos como Deus é santo!
Com efeito, Deus criou-nos à sua imagem e semelhança; tornou-nos participantes da sua vida divina; em Jesus, fez de nós seus filhos. Na verdade pela fé em Cristo e pelo baptismo, nós nascemos como filhos de Deus. Mais, o homem pelas capacidades que tem, pelas descobertas que faz, pelas obras que realiza mostra que é muito parecido com Deus, confirma que Deus fez dele quase um ser divino.
Por conseguinte, o homem imita Deus, tende para a sua perfeição e é santo, vivendo em confor-midade com o que é (semelhante a Deus) e com o que realmente pode ser. Sendo imagem e filho de Deus, o homem pode imitar Deus Pai!

“Alegrai-vos, porque é grande no Céu a vossa recompensa”.
Imitar Deus e viver eternamente com Deus!
Ser santo e habitar eternamente no coração de Deus!
Ser perfeito e viver em plena comunhão com Deus!
Trata-se de algo extraordinário e, ao mesmo tempo, de uma grande responsabilidade!
Maravilho-me e, ao mesmo tempo, arrepio-me, ao pensar que um dia verei a Deus tal como Ele é, face a face! Sinto-me atraído pelas alturas e sonho com a vida eterna. Sei e acredito que Deus tem preparada uma morada eterna para mim. E não quero – Deus não o permita - que, por minha culpa, ela fique para sempre vazia. Muitas vezes, entretenho-me e divirto-me a imaginar – verdadeiras loucuras da fé – como será o meu “dia a dia” no Céu e como Deus nos surpreenderá em “cada momento” da eternidade!
Mas, ao mesmo tempo, sou consciente de que o pecado tem ainda muito poder em mim. Pelo mau que sou e pelo mal que faço, chego a sentir vergonha de mim mesmo, mas sem jamais deses-perar da salvação de Deus.
Certo de que o amor de Deus é mais forte do que o meu pecado e que tudo posso com a sua graça, percorro o caminho da vida, confiante de que “um dia verei o meu Deus, os meus olhos O hão-de contemplar”.

segunda-feira, outubro 27, 2008

O Celso Marques foi ontem instituido ACÓLITO



"O serviço dos acólitos centra-se de maneira particular na Eucaristia que aquele que é instituído neste ministério passa a distribuir a todos, particularmente àqueles que não podem abeirar-se dela como os doentes".
A instituição de acólito tem na Eucaristia "a sua razão de ser, é por isso que se recomenda àquele que é instituido que cresça no amor à Eucaristia, de tal modo que a sua vida seja uma vida eucarística e se pareça com Cristo".

"Deus está a mandar-nos sinais de que essa oração está a ser fecunda e esses sinais devem motivar-nos ainda mais para continuarmos a rezar ao Senhor da messe e a pedir aos vossos párocos que instituam tempos de adoração eucarística".

quarta-feira, outubro 22, 2008

Evangelizar é anunciar o amor

Convencidos como estamos de que “a missão evangelizadora da Igreja é essencialmente o anúncio do amor, da misericórdia e do perdão de Deus”, como recorda, e muito bem, o Santo Padre na sua Mensagem para o Dia Mundial das Missões, que se celebrou no dia 20, urge assumir uma postura optimista na hora de partilharmos a nossa experiência de fé com quem ainda não descobriu Jesus Cristo e o seu Evangelho.

Afinal, os cristão são, há muito, o maior número entre as diversas religiões do mundo, com os seus mais de dois mil milhões de fiéis, num universo que já ultrapassa os seis mil milhões de habitantes. Cristãos, isto é, católicos, protestantes, ortodoxos e anglicanos, entre outros, são todos os que professam Jesus Cristo e O aceitam como Senhor e Redentor da humanidade.

É certo que a muitos níveis passamos a vida a menosprezar a acção dos cristãos, face à messe por desbravar, com lamúrias que não conduzem a nada, mas a verdade é que, se olharmos bem, a mensagem de salvação está presente nos mais variados cantos da Terra, espalhada por gente generosa que se entrega à missão com o exemplo de vida e com o fervor de quem acredita num mundo melhor, marcado pelos valores que dimanam do Evangelho.

Mas se é correcto valorizarmos tudo quanto tem sido feito pelos cristãos de várias correntes, também não podemos quedar-nos à sombra do trabalho por eles desenvolvido, como se tivéssemos o direito de nos alhear das nossas responsabilidades baptismais, que nos devem obrigar a estar com todos os que deixam tudo para servir a Boa Nova da Salvação anunciada há dois mil anos.

Cresce o número dos que ignoram Cristo

Diz o Papa que “o número daqueles que ignoram Cristo e não fazem parte da Igreja está em contínuo aumento; mais ainda: quase duplicou, desde o final do Concílio. A favor desta imensa humanidade, amada pelo Pai a ponto de lhe enviar o seu Filho, é evidente a urgência da missão”. De facto, apenas um terço da humanidade aceita Cristo, pelo que a tarefa evangelizadora tem ainda um longo caminho para percorrer, pelo nosso testemunho de vida, pela palavra, pela oração e pela partilha generosa.

Um dado curioso e que nos deve interpelar está no facto de o islamismo continuar a crescer, mesmo no ocidente, tendo no mundo já ultrapassado o próprio catolicismo. A isso não será alheio o seu fervor religioso e a vivência diária daquilo em que acredita, em perfeito contraste com a crescente indiferença dos cristãos. Por exemplo, na Diocese de Aveiro, com 310 mil habitantes, apenas participam nas eucaristias dominicais cerca de 80 mil. Os outros 230 mil ficam-se pelo grupo dos chamados “católicos não praticantes” ou de vivência cultual esporádica.

Quando falamos de missão no seio da Igreja, logo associamos a ideia da divulgação do Evangelho em África e na Ásia, sobretudo, quando, afinal, há tanto que fazer entre nós. E o trabalho a fazer tem de passar, antes do mais, pelo testemunho de fé no dia-a-dia, quer na defesa dos valores do cristianismo, quer mesmo nas opções políticas, sociais, artísticas e culturais.

Os cristãos têm de exorcizar o indiferentismo e o individualismo que campeiam nas comunidades religiosas, ao mesmo tempo que devem valorizar projectos de evangelização que apostem na defesa dos valores que têm suportado a nossa civilização.

Refere o Santo Padre que “nunca nos devemos envergonhar do Evangelho e nunca devemos ter medo de nos proclamarmos cristãos, silenciando a própria fé. Ao contrário, é necessário continuar a falar, alargar os espaços do anúncio da salvação, porque Jesus prometeu permanecer sempre e de qualquer forma presente entre os seus discípulos”.

sexta-feira, outubro 17, 2008

Inventariação do património religioso

Nesta semana, a Drª Joana passou pelo Fornotelheiro e pelas anexas para fazer o inventário de todo o património religioso. É bom sabermos, com mais pormenor, o que temos, porque nem sempre estamos consciente da riqueza, da qualidade e da importância do nosso património religioso.

O levantamento de todas as peças de valor artistico das diversas paróquias da Diocese exige um enorme esforço, mas mais tarde poderemos reconhecer que não foi em vão. Se as peças estiverem fotografadas, datadas e inventariadas correctamente, em caso de roubo, a sua recuperação terá mais possibilidades de êxito.

segunda-feira, outubro 06, 2008

A preocupação de Deus não é a de ser considerado “um Deus fixe”, “um Deus porreiro”, “um Deus cá dos nossos”. O nosso Deus não é um deus bonacheirão..

Inspirando-se no Cântico da Vinha de Isaías, Jesus, através da parábola dos vinhateiros homicidas, apresenta uma síntese da história de Israel.
Por um lado, Jesus evidencia o amor de Deus – um Deus que tudo faz em favor do seu povo. Por outro, Jesus refere, em tom de censura, a infidelidade e a ingratidão do povo em relação a Deus.

Deus, apesar da resistência do povo, sobretudo dos seus chefes, não desiste de levar por diante o seu projecto de salvação – projecto que tem em vista a salvação de todos os povos da terra. Deus não desiste, porque ama apaixonadamente os homens e quer efectivamente salvá-los.

Em Abraão, Deus escolhe um povo – o povo eleito, o povo das promessas e das alianças, o povo dos patriarcas e dos profetas, o povo do qual nasceu Jesus.
Deus escolhe um povo para, através dele, se dar a conhecer e unir a si todos os outros povos.

Em Moisés, Deus liberta esse povo da terra da escravidão (o Egipto) para o conduzir à pátria da liberdade, deixando bem claro que Ele é um Deus de homens livres. Homem verdadeiramente livre é só aquele que não sente desejo nem cai na tentação de escravizar seja quem for. Por sua vez, povo livre é aquele que respeita e promove a liberdade dos outros povos.

Através dos profetas, Deus fala ao povo, revela-lhe os seus desígnios, denuncia as suas infidelidades, recorda-lhe os seus compromissos, convida-o à conversão, aponta-lhe o caminho da rectidão e da justiça.

  • O amor de Deus, por ser autêntico, é um amor exigente. Deus não fecha os olhos nem deixa passar, não cala nem pactua com a maldade do homem. Deus não teme cair nas sondagens de popularidade!
    • A preocupação de Deus não é a de ser considerado “um Deus fixe”, “um Deus porreiro”, “um Deus cá dos nossos”.
    • Deus, porque ama de verdade os homens, propõe-lhes o caminho da verdade e do bem, o caminho do direito e da justiça, o caminho do arrependimento e da conversão. Só este dignifica o homem e garante a sua realização plena.

Os homens nem sempre, ou melhor, quase nunca reagem bem a estas propostas de Deus. Preferem um Deus bonacheirão, que engole tudo, que não levanta ondas, que se adapta aos gostos e às exigências dos homens.
Com muita dificuldade, os homens captam e entendem o amor de Deus nas exigências e propostas de vida que lhes faz. Aceitam mais facilmente, porque fere e incomoda menos, a mentira da palavra dos homens (dos falsos profetas) do que a verdade da palavra de Deus.
Assim, compreendemos a reacção, tão negativa como violenta, do povo de Israel em relação aos profetas. Eles desacreditam, perseguem e eliminam os profetas, para que Deus não faça mais sentir a sua voz e, por conseguinte, não os perturbe nem os incomode com a sua palavra. O que eles, na realidade, pretendem é fazer calar Deus, não lhe reconhecendo direito nem autoridade para se intrometer nas suas vidas.

  • Muitos homens, mesmo entre aqueles que se dizem crentes, não toleram que Deus saia dos templos para se meter e intervir nas suas vidas e na vida da sociedade.
  • Por sua vez, o verdadeiro Deus não tolera estar aprisionado nos santuários, ainda que estes sejam magníficos e esplêndidos.
  • Pelo contrário, Deus prefere estar e agir lá onde se desenrola a vida do homem, no coração do mundo e da história.

Este propósito leva Deus a enviar o seu Filho ao mundo. Jesus é “o argumento” mais poderoso de Deus para esclarecer e convencer os homens. É também o seu argumento definitivo.
Deus pensou consigo: vão respeitar o meu Filho, vão dar crédito à sua palavra, vão converter-se a mim. Mas Deus enganou-se!

  • Na verdade, Jesus não foi suficientemente convincente para muitos judeus, sobretudo para os responsáveis do povo. Estes não reconheceram Jesus como o enviado de Deus, muito menos como o Filho de Deus. Menos ainda aderiram ao reino de Deus que Ele lhes propunha.
  • Jesus não foi convincente, ou melhor, eles não se deixaram convencer porque estavam demasiado presos (e assim lhes convinha) à imagem que tinham de Deus: o deus…
  • que se conforma com a sua visão do homem e da sociedade,
  • que tolera e aprova os seus privilégios,
  • à medida da sua mediocridade moral,
  • das suas tradições religiosas.
  • Por conseguinte, não podiam (não lhes interessava) aceitar que Deus fosse como Jesus O revelava.

Por isso mesmo, tal como os seus antepassados procederam com os profetas, eles rejeitaram Jesus e deram-lhe a morte.
Rejeitaram Jesus, mas não puderam impedir que Ele salvasse a humanidade. Com efeito, Aquele Jesus, que eles condenaram à morte, oferecendo a sua vida ao Pai pelos pecados dos homens, tornou-se causa de salvação para quantos nele acreditam, independentemente do povo ou da raça a que pertencem.
Alguns homens podem:

  • recusar a verdade de Deus mas não podem impedir que outros O conheçam com verdade;
  • teimosamente permanecer na dureza do seu coração, mas não podem impedir que outros se convertam a Ele de todo o coração;
  • recusar as normas morais evangélicas, mas não podem impedir que outros vivam de acordo com elas;
  • ser insensíveis ao amor de Deus, mas não podem impedir que outros se maravilhem com ele.

E Deus, que é optimista por natureza, não desanima nem desiste perante a infidelidade e a ingratidão dos homens e dos povos. Antes, continua a ser compreensivo e generoso para com todos os que O procuram.
Ainda bem que o nosso Deus é mesmo assim!

sábado, outubro 04, 2008

Santa Teresinha: "Tudo vem no momento certo".

Esta Santa, pequena e humilde, entrou no Convento quando era ainda muito jovem e morreu quando só tinha 24 anos. O único desejo dela era fazer a vontade de Deus e ela pediu para que depois da sua morte pudessem cair chuvas de rosas no mundo. Ela tinha um desejo: «passar o céu a fazer o bem sobre a terra».

Sinto que a minha missão vai começar, a minha missão de fazer amar o Bom Deus como eu O amo, de dar o meu pequeno caminho às almas… Sim, quero passar o meu céu a fazer o bem sobre a terra.

Deus quer por meio desta santa que tantos «mimos» Lhe deu, derramar graças sem fim, derramar-Se a Si mesmo, sobre quem se aproximar, confiante.
  • Jesus, sinto que se, por impossível, encontrasses uma alma mais fraca, mais pequenina do que a minha, ficarias feliz por cumulá-la de graças ainda maiores, se ela se abandonasse com uma inteira confiança à tua misericórdia!
  • A lembrança das minhas faltas humilha-me, sim, mas, antes de tudo, fala-me de misericórdia e de amor.
  • O que agrada ao Bom Deus na minha pequena alma é ver-me amar a minha pequenez e a minha pobreza, é a esperança cega que tenho na sua misericórdia…
  • Tenho que suportar-me a mim mesma como sou, com todas as minhas imperfeições. Mas quero encontrar o modo de ir para o Céu por um caminho muito recto e muito curto, um caminho todo novo...
Descobrir Santa Teresinha é ter uma vida forte de fé, de amizade íntima com Jesus, partindo da própria realidade pessoal, sem nada omitir ou evitar de nós mesmos, nem da nossa história, por mais «inconfessável» ou «irremediável» que pareça; e deixar-se transformar, como ela, pelo fogo do Amor Misericordioso de Jesus e entrar na dinâmica da confiança dos pequeninos e do abandono dos filhos.
  • Nunca tentei ser perfeita… Sou incapaz de sê-lo, sou demasiado pequena… Apenas quero ser santa… A santidade é gratuita, não pertence às nossas forças… Basta deixar que Deus actue…
  • Jesus não pede grandes acções, mas apenas abandono e gratidão.
  • A santidade… é uma disposição do coração que nos torna humildes e pequenos nos braços de Deus, conscientes da nossa fraqueza e confiantes até à audácia na sua bondade de Pai.
Amor gratuito
Caridade fraterna

terça-feira, setembro 30, 2008

"Os publicanos e as mulheres de má vida irão antes para o Reino de Deus".

No Domingo passado, através do profeta Isaías, Deus alertou-nos para o facto de, muitas vezes, os nossos pensa-mentos e os nossos caminhos nada ou pouco terem a ver com os seus. E vimos como é forte e frequente a nossa tentação de querer que seja Deus a conformar-se com os nossos pensamen-tos e as nossas verdades, em vez de sermos nós a converter-nos à sua verdade ao seu amor.

Hoje, por meio do profeta Ezequiel, Deus condena e distancia-se dos critérios de justiça do homem, critérios que o homem quer impor ao próprio Deus. O atrevimento do homem chega ao ponto de acusar Deus de ser injusto no que se refere à salvação e à condenação dos homens: “A maneira de proceder do senhor não é justa”.
Deus quer – é o que mais deseja – que todos os homens se salvem, ou seja, participem da plenitude da sua vida e do seu amor por toda a eternidade. No entanto, a salvação do homem, de cada homem em concreto, depende da sua adesão a Deus, do modo como acolhe e corresponde à sua vontade e ao seu amor. Não podemos esquecer que Deus criou o homem livre e respeita sempre a sua liberdade, mesmo quando O rejeita ou se opõe a Ele.
  • Por conseguinte, à partida, e contrariamente ao que muitos ainda teimam em pensar, ninguém está predes-tinado à salvação ou à condenação.
  • Além disso, em nenhum momento ou etapa da vida do homem se pode afirmar, com absoluta certeza, que al-guém já tem a salvação garantida ou já está irremediávelmente condenado.
  • Na verdade, em qualquer momento da sua vida, o homem pode mudar, para o bem ou para o mal, a sua posição em relação a Deus. E essa mudança (conversão a Deus ou afastamento de Deus) pode determinar a sua salvação ou condenação.

Deus, como escutámos na primeira leitura, esclarece e justifica isso mesmo: o homem justo, se abandona Deus e deixa de praticar a justiça, permanecendo nessa atitude até ao fim da sua vida, não pode esperar, como é óbvio e lógico, a salvação de Deus.
Deus não pode salvar quem, consciente e voluntariamente, O exclui da sua vida, se recusa a viver segundo a sua vontade e rejeita o seu amor.

  • Deus não pode salvar ninguém à força! Não é Deus que não quer salvar o homem. É o homem que não quer ser salvo por Deus, que não dá a Deus a oportunidade de o salvar.

  • O contrário também pode acontecer: o pecador, se “renunciar ás faltas que tiver cometido”, se começar a “praticar o direito e a justiça”, perseverando no bem e na comunhão com Deus, salvar-se-á.
O Deus da compaixão, o Deus que é generoso em perdoar alegra-se com o arrependimento do homem pecador e apressa-se a manifestar-lhe o seu amor misericordioso. Ainda bem que Deus é assim. Caso contrário, todos nós - que somos pecadores e pecadores repetentes – já não teríamos qualquer hipótese de salvação.