Informações diversas e actuais a respeito da paróquia de FORNOTELHEIRO - Celorico da Beira, distrito da Guarda

domingo, fevereiro 27, 2011

sábado, fevereiro 26, 2011

"Não podeis servir a Deus e ao dinheiro"

O pleno cumprimento da Lei exige que o homem reconheça e ame Deus como o seu único Senhor. Jesus diz-nos que não é tolerável que o homem coloque a riqueza ao mesmo nível de Deus. Ou, pior ainda, que o amor à riqueza secundarize o amor devido a Deus.
Jesus, ao apontar a gravidade e a contradição de tal comportamento, mais do que defender um direito de Deus, tem em vista garantir a liberdade e a dignidade do homem. Na verdade, o Deus do amor, precisamente porque ama, está ao serviço do homem, respeitando todos os seus direitos. Deus, porque ama, não domina, mas dá-se ao homem para que este se realize plenamente. Ao passo que a riqueza, quando o homem lhe dá a primazia na sua vida, faz dele um escravo e, simultaneamente, um tirano.
Com efeito, quando se convence que a felicidade e a segurança da sua vida dependem dos bens materiais, o homem acaba por viver completamente em função deles. Como verdadeiro escravo, subordina-lhe tudo e sujeita-se a tudo para os acrescentar e conservar. Por vezes, é tão escravo deles que nem sequer os usa em seu proveito pessoal! Além disso, não raras vezes, o homem não hesita em hipotecar e menosprezar a sua consciência e a sua fé, as suas convicções e compromissos, os seus sentimentos e afectos, os seus amigos e até a sua própria família. Quantos, movidos pela sua desmesurada ambição, não agem como tiranos, explorando os outros ou exercendo um domínio indevido sobre eles! O endeusamento da riqueza acaba por desumanizar o homem e gerar enormes injustiças sociais.

Jesus convida-nos a confiar na providência de Deus, argumentando com o que Ele faz em favor das aves do céu e os lírios do campo. Deus, na sua sábia providência, proporciona a todos os animais e plantas o que eles precisam para viver. Muito mais o faz em relação ao homem. No entanto, a confiança na providência de Deus não implica desinteresse em relação aos bens deste mundo nem constitui um apelo à preguiça, como se tudo caísse do Céu e nos viesse ter às mãos. As próprias aves afadigam-se a procurar o alimento, a fazer os seus ninhos, a criar os seus filhos.

Algo de semelhante acontece com o homem. Deus faz a parte mais difícil, criando a natureza e dotando-a de tudo o que é necessário à vida e ao desenvolvimento do homem. O homem, por sua vez, deve trabalhar para conseguir os bens de que precisa. Mas deve fazê-lo consciente de que todos esses bens são um precioso dom Deus. Deve também sentir e reconhecer que, para além destes bens, que Deus no seu amor providente lhe concede, precisa, mais ainda, do próprio Deus. E deve tomar consciência e assumir que a sua vida depende mais de Deus do que dos bens que adquire e acumula com o seu esforço.

O homem que dá o primeiro lugar a Deus, que O ama com todo o seu coração e confia a Ele toda a sua vida e todos os seus projectos não se preocupa, excessiva e doentiamente, com o dia de amanhã, com o que comerá, beberá ou vestirá. Nessa medida, estará mais atento e será mais sensível aos pobres, partilhando com eles o que possui.

Aquele que confia no Senhor dá também a primazia ao Reino de Deus. Esse segue o conselho de Jesus: “Procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça”, pois acredita na sua promessa: “tudo o mais vos será dado por acréscimo”. Aquele que consagra a sua vida ao reino de Deus receberá, como resultado e fruto desse seu empenhamento, todos aqueles bens que são inerentes ao próprio Reino. Quando o homem faz a sua parte, aquilo que está ao seu alcance e é sua missão fazer, então terá “tudo o mais” de que precisa para se realizar e ser feliz, pois Deus nunca falta com a sua parte.

“Não podeis servir a Deus e …”. Esta advertência de Jesus é válida e actual para nós. 
  • Não existirão muitos “tesouros” em nós a rivalizar com Deus, a lutar pelo primeiro lugar do nosso coração? 
  • Não viveremos demasiado preocupados com as seguranças humanas ao ponto de relegarmos Deus para segundo lugar, fazendo de Deus apenas “o amor das horas vagas”?! 
  • Não correremos o risco de andar metidos nas “coisas” da Igreja e de nos cansarmos em actividades apostólicas e pastorais mais por amor de nós próprios do que por amor de Deus, mais para satisfazer interesses pessoais do que em vista da glória de Deus?
O primeiro mandamento, que nos manda amar a Deus sobre todas as coisas, tem implícito o imperativo de fazer “todas as coisas só por amor de Deus” (D. João de Oliveira Matos).

terça-feira, fevereiro 15, 2011

domingo, fevereiro 06, 2011

"Vós sois a luz do mundo"

Jesus apresentou as bem-aventuranças como o programa que o homem deve seguir para acolher o reino de Deus, para o ajudar a construir na terra e para o receber como herança no Céu. Aqueles que vivem segundo este projecto são, no dizer do próprio Jesus, “sal da terra” e “luz do mundo”, ou seja, ajudam a dar sabor e sentido à vida dos homens.
Jesus é a verdadeira luz do mundo: “Eu sou a luz do mundo” (Jo 8,12). Jesus é luz porque, com a sua palavra e a sua vida, revela a verdade sobre Deus, o homem, o mundo e a história. Por sua vez, os seus discípulos, na medida em que acreditam em Jesus e se identificam com Ele, irradiam a sua luz diante dos homens. De facto, através das boas obras, eles reflectem a luz de Cristo - a luz da verdade e do amor de Deus. E, nessa mesma medida, tornam Deus visível aos homens.
“Brilhe a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus”. Os discípulos não devem, por certo, publicitar o bem que fazem, mas, se o realizam, não deixará de ser notado pelos homens e não deixará de os interpelar. Mas quais são, em concreto, essas boas obras que revelam Deus aos homens e os levam a acreditar nele e a louvá-lo?

A primeira leitura dá-nos a resposta. Através do profetas Isaías, Deus diz-nos que o homem é luz e que a sua luz brilha no mundo, quando reparte o pão com o faminto, dá pousada aos pobres sem abrigo, leva a roupa ao que não tem que vestir e não volta as costas ao seu semelhante; quando tira do meio de si a opressão, os gestos de ameaça e as palavras ofensivas.
Estas obras irradiam a luz de Cristo e são luz para os homens porque mostram o rosto de:
  • um Deus que ama os homens e é misericordioso para com eles;
  • um Deus que se torna próximo de cada homem e se mostra interessado em mudar a sorte do pobre, do doente e do oprimido;
  • um Deus que propõe e promove a liberdade e a fraternidade entre os homens;
  • um Deus que quer precisar dos homens para concretizar os seus planos e alcançar os seus objectivos.

Além disso, revelam que a religião do verdadeiro Deus é uma religião que está ao serviço da pessoa humana. Deus interessa-se pelo bem do homem no seu todo e não apenas nem tanto pela sua dimensão religiosa. O que o verdadeiro Deus mais deseja e espera daqueles que nele acreditam é que amem e respeitem o seu semelhante.

O cristão irradia a luz de Cristo:

  • sempre que diz e defende a verdade, apesar de muitas vezes ser mais cómodo e trazer mais proveito calá-la ou colocar-se do lado da mentira;
  • quando respeita e defende a vida humana em todas as suas etapas, remando contra a forte corrente de uma falsa modernidade;
  • quando vive segundo a moral do Evangelho, apesar do relativismo moral vigente na sociedade;
  • quando, sem medo nem vergonha, professa a sua fé e defende os princípios e os valores que lhe são inerentes, mesmo nas circunstâncias mais difíceis e nas questões mais controversas com que é confrontado.

Vivendo assim, os cristãos fazem a diferença, levam os homens a interrogarem-se e a reflectirem, dão-lhes razões válidas e consistentes para acreditarem em Deus. O testemunho de vida dos cristãos constitui o anúncio mais convincente e eficaz do Evangelho de Jesus. A sua coerência de vida é o caminho mais adequado para levar os homens até Deus, a amá-lo e a glorificá-lo como o Pai que está nos Céus.

Os Actos dos Apóstolos confirmam que o testemunho de vida das comunidades cristãs primitivas (tinham um só coração e uma só alma, entre eles tudo era comum, entre eles não havia ninguém necessitado) fazia aumentar todos os dias o número daqueles que abraçavam a fé (Act 2,46-47;4,32-35). Ainda hoje, num mundo em que a palavra está completamente desacreditada, a vida das comunidades cristãs constitui o principal e mais eficaz meio de evangelização. Se falta este testemunho, todas as acções pastorais estão votadas ao fracasso.

sexta-feira, janeiro 28, 2011

“Bem-aventurados os pobres em espírito”

No domingo passado, Jesus dirigiu-nos este convite: “arrependei-vos, porque o reino de Deus está próximo”. Hoje, apresenta-nos o programa desse reino de Deus e, ao mesmo tempo, concretiza em que se deve traduzir o arrependimento que pede às pessoas. Na verdade, através das bem-aventuranças, Jesus indica ao homem as atitudes e os sentimentos que deve ter, o que deve fazer e o modo como deve viver, para acolher o reino de Deus, para o ajudar a construir na terra e para, depois, o receber como herança eterna no Céu.

Para grande surpresa dos ouvintes, Jesus começa por proclamar “Bem-aventurados os pobres em espírito...” Segundo a versão de Mateus, Jesus não se limita a afirmar: “bem-aventurados os pobres”. Para evitar possíveis equívocos, especifica o tipo de pobres que são realmente felizes, aqueles pobres que pertencem efectivamente ao reino de Deus: “os pobres em espírito”.

“Pobre em espírito” é aquele que:

  • se conhece e assume na verdade do que é (a sua grandeza e os seus limites);
  • não confia apenas em si nem se considera como senhor absoluto da sua vida;
  • tem consciência de que não deve a ele próprio o seu início nem depende apenas dele o seu termo;
  • reconhece que sozinho não consegue encontrar resposta para todas as suas questões existenciais nem consegue satisfazer todas as suas necessidades.

Como consequência, é alguém que se sente indigente e necessitado de Deus. Descobre e reconhece que só Deus pode dar sentido e consistência à sua vida. Por isso mesmo, acolhe e aceita Deus como seu Senhor e meta última da sua existência.
Além disso, descobre e reconhece também que precisa dos outros para viver e se realizar como pessoa; sente que precisa deles para amar e ser amado; precisa do que os eles sabem e produzem; precisa de comungar com eles os seus sonhos e projectos e é consciente de que só com a ajuda deles os pode realizar.

Ser “pobre em espírito” implica ainda desprendimento em relação aos bens materiais; não vive em função da riqueza nem lhe entrega o seu coração; dá o primeiro lugar ao reino de Deus, convencido de que tudo o resto se lhe deve subordinar e estar ao seu serviço.

  • Aqueles que assim entendem a sua vida, esses, no seu existir quotidiano, são mansos e humildes, compassivos e misericordiosos, puros e rectos nas suas intenções, solidários e justos, pacíficos e fraternos. Esses consagram a sua vida e estão dispostos a sofrer por causa do reino de Deus.
  • Aqueles que vivem a primeira bem-aventurança, vivem necessariamente todas as outras, pois estas decorrem daquela, isto é, são a sua concretização. Com efeito, o ser pobre em espírito coloca o homem numa justa relação com Deus, com o seu semelhante e com os bens materiais. Quem vive em sintonia com Deus não pode deixar de viver em sintonia com os outros, com os seus sentimentos, as suas aspirações e as suas necessidades. De igual modo, não pode deixar de construir a sociedade humana segundo o plano de Deus.

Acolher o reino de Deus e torná-lo presente no mundo não é tarefa fácil. Aqueles que, seduzidos por Cristo, embarcam neste projecto são perseguidos, insultados e caluniados. A verdade do Evangelho e a justiça que ele reclama exigem uma mudança profunda na vida de cada pessoa e no todo da sociedade.

  • Ora, muitos não suportam que seja questionada a sua vida ou lhes apontem as contradições da mesma.
  • Muitos não suportam que seja questionado o poder que têm e o modo como o exercem, a riqueza que possuem e o modo como a adquirem, os privilégios de que gozam em detrimento do cidadão comum, a hipocrisia moral e religiosa em que vivem.
  • Outros não suportam que alguém lhes mostre que Deus é muito diferente do modo como eles o imaginam e querem que seja.

Esses tudo farão para desacreditar ou fazer calar os anunciadores do Evangelho - os servidores do reino de Deus.

O evangelista Mateus diz-nos que Jesus só começou a falar depois dos discípulos se terem aproximado dele. Estes são os principais destinatários do discurso de Jesus e eles têm consciência disso. Aproximam-se de Jesus, querem escutá-lo com atenção, olhando-O nos olhos e deixando-se olhar por Ele. Só assim é possível entrar em sintonia com Aquele que fala e, nessa medida, captar, para além das palavras, o mistério da mensagem que anuncia e o alcance do projecto de vida que lhes propõe.
Também nós, só com essa mesma atitude de discípulos, poderemos captar a beleza do reino de Deus e aceitar o desafio de fazer dele o sonho da nossa vida, investir ao seu serviço os nossos talentos e sofrer por causa dele.

Pe. Martins in Jornal "A Guarda"

quarta-feira, janeiro 26, 2011

quinta-feira, janeiro 20, 2011

Os preferidos de Deus

Depois de ter baptizado Jesus e presenciado a manifestação de Deus, João sabe que chegou ao termo a sua missão. Como último acto da mesma, confessa que Jesus é o Filho de Deus (Jo 1,34) e revela que é “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”(Jo 1,29.36), ou seja, manifesta aos judeus e, sobretudo, aos seus discípulos a identidade e a missão de Jesus. Deste modo, indica-lhes que, a partir daquele momento, já não tem sentido continuar com ele. Pelo contrário, devem olhar apenas para Jesus e segui-lo unicamente a Ele. João desaparece da cena pública (foi preso) e Jesus começa a anunciar o reino de Deus na Galileia.
É curioso que Jesus tenha dado início à sua pregação na região da Galileia, conhecida, desde o tempo de Isaías, como “a Galileia dos gentios”. A Galileia, embora fazendo parte da Terra prometida, era apelidada de terra dos gentios porque, desde o séc. VIII a. C., eram muitos os não judeus que habitavam naquela região.
Ao começar por aí, Jesus mostra que vem para todos os povos (e não apenas para o povo de Israel) e que Deus quer salvar todos os homens (e não apenas os judeus). Além disso, manifesta também que, embora vindo para todos, dá especial atenção aos que eram olhados com desdém e tratados com desprezo pela sociedade. Esses são os preferidos de Deus.
Jesus, anunciando a proximidade do reino de Deus, cumpre a profecia de Isaías: uma grande luz brilha e ilumina os homens e mulheres que andavam nas trevas. O reino de Deus é o mundo novo que Deus sonhou para os homem, um mundo segundo a medida do seu amor por eles. Um mundo novo que reclama justiça para os pobres e liberdade para os oprimidos; que é verdade para quantos procuram o sentido da vida e perdão misericordioso de Deus para os homens pecadores (cf Lc 4,18-19).
Os que andavam nas trevas eram, antes de mais:
  • aqueles que não viam claro o sentido da vida e não tinham consciência da sua dignidade;
  • aqueles que eram vítimas das injustiças e arbitrariedades dos senhores deste mundo e que, por isso mesmo, não tinham reconhecido o seu lugar na sociedade;
  • eram também aqueles que, desconhecendo a verdade de Deus, viviam enganados e esmagados pelas religiões dos homens. E, como é óbvio, na origem de todas estas formas de trevas está o pecado do homem.

O reino de Deus, para se tornar realidade no mundo dos homens, exige que estes o acolham na sua vida e colaborem na sua construção. Nesse sentido, Jesus exorta: “arrependei-vos”.

  1. Em primeiro lugar, o homem é convidado a confrontar a sua vida com a proposta de vida que Jesus lhe faz, de modo a descobrir a discrepância que existe entre elas.
  2. Depois, Jesus convida o homem a converter-se a Deus, ou seja, a conformar a sua mente e o seu coração com a verdade e o amor de Deus. Então, o homem voltará a pertencer plenamente a Deus e viverá em plena sintonia e comunhão com Ele. O reino de Deus começa a acontecer no coração do homem.
  3. Só depois, o homem, assim renovado interiormente, poderá fazer crescer o reino de Deus na sociedade, isto é, construir a sociedade em conformidade com os desígnios de Deus, segundo os valores da “verdade e da vida, da santidade e da graça, da justiça, do amor e da paz”.

O Evangelho deste domingo relata-nos também o chamamento dos primeiros quatro discípulos de Jesus. Antes de mais, importa salientar o facto que Jesus tenha chamado os seus discípulos logo no início do seu ministério. Procedendo desse modo, Jesus mostra como considera importante e necessário que eles O acompanhem ao longo de toda a sua missão entre os homens. Esse é o tempo que os apóstolos têm para conhecer Jesus, a sua vida e missão. O tempo do seu ministério público indica a duração e o âmbito da formação dos apóstolos.
Em segundo lugar, impressiona-nos a resposta pronta e positiva daqueles quatro pescadores da Galileia. A um simples convite “Segui-me”, acompanhado de uma promessa cujo alcance não devem ter compreendido muito bem: “farei de vós pescadores de homens”, eles, sem perderem tempo a fazer cálculos e sem terem exigido nada em troca, decidiram arriscar por completo as suas vidas: deixaram tudo e seguiram Jesus.

“Arrependei-vos” e “segui-me” são dois convites que Jesus continua a dirigir aos homens de todos os tempos, também a cada um de nós. Os dois apelos são, em certa medida, inseparáveis. Na verdade, o arrependimento, a renúncia ao egoísmo e ao pecado que dele nasce, a conversão a Deus, só acontecem quando o homem se encontra com Jesus e aceita fazer dele o caminho da sua vida. Por outras palavras, o homem só adere efectivamente ao reino de Deus e lhe consagra toda a sua vida, quando descobre e aceita que Jesus vale mais do que todos os seus bens, as suas verdades, os seus pontos de vista, as suas seguranças humanas; quando descobre e aceita que Ele é o tesouro ao qual vale a pena subordinar tudo (os bens e a própria vida).

Pe. Martins in Jornal "A Guarda"

sábado, janeiro 15, 2011

"O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (2º Dom)

João foi testemunha da manifestação de Deus por ocasião do Baptismo de Jesus. Agora, ele confirma que viu o Espírito Santo descer do Céu e repousar sobre Jesus. E revela que este facto permitiu-lhe reconhecê-lo como o enviado de Deus - Aquele que baptizará no Espírito Santo. Além disso, João também confirma que ouviu a voz do Pai: “eu vi e dou testemunho de que Ele é o Filho de Deus”. Tendo visto o Espírito Santo e ouvido Deus, João descobriu e acreditou na verdadeira identidade de Jesus e, por sua vez, manifesta-a aos seus ouvintes, com a força do testemunho.
João vai mais longe na revelação de Jesus ao apresentá-lo como “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Especifica que a missão do Filho de Deus é libertar o homem do pecado.
A imagem do cordeiro, com que João se refere a Jesus, inspira-se no cordeiro pascal dos judeus. Segundo o livro do Êxodo, antes da saída do Egipto e como preparação da mesma, Deus ordenou aos israelitas que imolassem um cordeiro e com o seu sangue pintassem as portas das suas respectivas casas, para que o Anjo Exterminador, ao passar pela terra do Egipto, poupasse os primogénitos dos judeus Deste modo, o cordeiro, que, ainda hoje, faz parte da ementa da ceia pascal judaica, simboliza a salvação e a libertação do povo, graças à intervenção de Deus. O cordeiro morre, mas o seu sangue serve de sinal para ao Anjo, e assim, graças a ele, salvam-se muitas pessoas.
Jesus é Aquele que morre, derramando o seu sangue na cruz, para salvar todos os homens. Com a doação da sua vida, Ele redime e liberta o homem do pecado, que é a fonte e a causa de toda a forma de escravidão. Nessa medida, Ele é o verdadeiro Cordeiro pascal, ou seja, Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
Na verdade, o pecado oprime o homem e faz dele o opressor do seu semelhante. O homem, quando recusa dar a Deus o primeiro lugar na sua vida, ou seja, na medida em que não aceita depender de Deus, vê tudo e todos em função de si mesmo: da sua ambição e ganância, das suas paixões e conveniências, dos seus interesses e gostos pessoais.
  • Assim, o homem procura o poder, passando por cima dos direitos dos outros, e exerce-o sobrepondo-se e impondo-se a eles;
  • procura a riqueza sem justiça e usa-a sem qualquer sentido de partilha;
  • procura o prazer sem quaisquer limites, usando e tratando as pessoas como coisas;
  • considera que as suas “verdades” valem mais do que as verdades dos outros e que só tem direitos e não tem deveres.

Este modo de se entender e de entender os outros não só perturba gravemente as relações interpessoais como gera formas terríveis de opressão no seio da sociedade.
Pela oferta da sua vida, acto supremo do amor de Deus pelos homens, Jesus tira o pecado do mundo, vence o pecado do homem. No entanto, esta libertação só acontece efectivamente na vida de cada homem na medida em que este acredita em Jesus, recebe o sacramento do baptismo e vive realmente segundo a verdade e o amor de Deus. Com efeito, só a verdade revelada por Jesus, indissociável do amor de Deus que Ele mesmo testemunhou, torna o homem verdadeiramente livre: “a verdade vos tornará livres” (Jo 8,32).
Jesus quer “tirar o nosso pecado, vencer o nosso egoísmo, devolver-nos a nossa dignidade e tornar-nos plenamente livres", para que Deus e os homens possam ocupar o lugar que merecem no nosso coração. Ele quer também tirar o pecado do mundo, ou seja, erradicar todas as formas de opressão que sobrevivem e se propagam na sociedade contemporânea e que tão negativamente afectam a vida dos homens:

  • a ditadura do relativismo, tão defendida e generalizada nos nossos tempos, que põe em causa valores e direitos fundamentais da pessoa, como a vida, o casamento e a família;
  • a ditadura do poder económico que, todos os dias, cria mais pobres e faz aumentar a miséria no mundo;
  • a ditadura do laicismo negativo dos Estados que, em nome de uma falsa liberdade, não respeita a liberdade religiosa dos cidadãos;
  • a ditadura da indiferença religiosa que condena os homens à mediocridade de uma vida sem sentido e sem esperança.

Jesus quer e pode tirar o pecado do mundo, mas não o faz sem o nosso consentimento, e a nossa colaboração. O homem não pode ser livre e salvar-se sem Jesus, mas Jesus não o pode salvar e fazer livre à força!

Pe. Martins in Jornal "A Guarda"

segunda-feira, janeiro 10, 2011

Baptismo de Jesus

Jesus, como tantos outros judeus e como se em nada fosse diferente deles, vai ao encontro de João para ser baptizado por ele. João, no deserto da Judeia, exortava todos à conversão (Mt 3,2), e muitos “eram por ele baptizados no Jordão, confessando os seus pecados” (Mt 3,6). Jesus, apesar de não ter pecados para confessar e, consequentemente, não ter necessidade de arrependimento e de conversão, aproxima-se de João e sujeita-se ao rito do baptismo. Agindo deste modo, põe em evidência a sua condição humana e, ao mesmo tempo, manifesta a sua solidariedade e proximidade com os pecadores – algo que caracterizará toda a sua vida e missão.
João tem plena consciência da superioridade de Jesus, da sua missão e do seu baptismo. Antes esclarecera: “eu baptizo-vos em água, para vos mover à conversão … Ele há-de baptizar-vos no Espírito Santo” (Mt 3,11). Por isso mesmo, João considera que é ele que tem necessidade de ser baptizado por Jesus e não o contrário. Mas Jesus faz-lhe ver que é necessário e conveniente que se cumpra toda a justiça, ou seja, que se realizem, também neste caso, os desígnios de Deus. A lógica de Deus é diferente da lógica dos homens. O Messias, contrariamente ao que muitos judeus esperavam, não vem com esplendor e força para libertar o povo, mas sim na humildade da natureza humana para salvar os homens pecadores.
  • O Baptismo de Jesus é o ponto de partida do seu ministério público. Sendo um momento tão relevante, Deus Pai e o Espírito Santo fazem questão de marcar presença e de interagirem com Jesus. Deus reconhece e apresenta Jesus como o seu Filho muito amado, o Filho no qual Ele se revê. Jesus, ao longo da sua missão e como parte da mesma, revelará Deus como o Pai de todos os homens e fará dos homens filhos de Deus. Deus que, no Baptismo de Jesus, se mostra como uma família, quer, através de Jesus, integrar todos os homens na sua família, admitindo-os à plena amizade e comunhão com Ele!
  • Por sua vez, o Espírito Santo desce sobre Jesus, ungindo-O e consagrando-O para a missão. Na sinagoga de Nazaré, Jesus, apropriando-se de palavras do profeta Isaías, assumirá: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar a Boa-Nova” (Lc 4,18). Por sua vez, os apóstolos manifestam a mesma convicção ao afirmarem: “Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré, que passou fazendo o bem” (Act 10,38). A missão de Jesus é indissociável do Espírito Santo. Além disso, a presença do Espírito nesta ocasião serve também para indicar que com Jesus terá início um novo baptismo. Só o baptismo no Espírito Santo tem a capacidade de regenerar e recriar o homem, de o renovar e santificar, fazendo dele filho de Deus.

Este episódio do baptismo revela a identidade de Jesus: verdadeiro homem e, ao mesmo tempo, verdadeiro Filho de Deus. No entanto, podemos supor que, para além de João, não houve outras testemunhas da manifestação de Deus ou pelo menos testemunhas que tenham captado o seu alcance.
Será Jesus, ao longo da sua missão e sem dizer antecipadamente quem é, a revelar progressivamente a sua identidade, através do anúncio do reino de Deus, das obras extraordinárias que realiza, do modo como se relaciona com as pessoas e, sobretudo, no mistério da sua morte e ressurreição. Desse modo, alguns homens e mulheres foram descobrindo e acreditando que Jesus era o Messias, o Filho de Deus, o Salvador dos homens.
Nós já sabemos quem é Jesus. Mas o nosso conhecimento é, de um modo geral, demasiado teórico, tendo como base o que ouvimos dizer aos outros ou lemos nos livros. Também confessamos que Jesus é o Filho de Deus e o nosso Salvador. No entanto, a nossa fé é, quase sempre, pouco sentida, não resulta de um encontro pessoal com Jesus, não se faz visível na nossa vida.
Precisamos fazer com Jesus o percurso espiritual que vai do seu Baptismo até à sua Ascensão ao Céu, seguindo, ao longo deste ano litúrgico, o Evangelho de Mateus, em sintonia com a proposta pastoral da nossa diocese. E devemos fazer esta caminhada espiritual sentindo-nos interlocutores, destinatários, ouvintes e testemunhas de Jesus. Devemos deixar-nos questionar e interpelar por Ele, acolhendo a sua palavra e meditando-a no nosso coração, como Maria. Só assim, Jesus iluminará e transformará a nossa vida.

Pe. Martins in Jornal "A Guarda"

quarta-feira, dezembro 22, 2010

Ser Padre segundo Jesus Cristo

No prefácio, o Bispo da Guarda escreve: “Estamos perante um texto vivencial, onde é vertida uma experiência sacerdotal, lida e avaliada a partir da Bíblia. Não tem outras citações que não sejam citações bíblicas e do Magistério da Igreja”.

D. Manuel Felício adianta: “É um texto que sintoniza também com as preocupações da Diocese da Guarda para o ano pastoral em curso, as quais pretendem levar as pessoas até ao encontro vivo com Cristo, por meio da Bíblia. Remeto, a propósito, para o que se diz, neste texto, sob o título «Testemunhas de Cristo Ressuscitado», sobre a genuína missão da Igreja que deve sempre levar as pessoas a um encontro pessoal com Cristo vivo e, ao mesmo tempo, ajudá-las a viver, no quotidiano, em consonância com essa fé”.

segunda-feira, dezembro 20, 2010

PAULUS ed.: »Quando eu for grande quero ser padre».

No Auditório da Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, na Guarda, no dia 17 de Dezembro, às 18h00, teve lugar a apresentação do livro «Quando for grande quero ser Padre», da autoria do Pe. José Manuel Martins de Almeida. A sessão foi presidida pelo Cón. Eugénio Cunha Sério, director do jornal A Guarda, e a apresentação foi feita por D. Manuel Felício, bispo da Guarda.
O espaço quase não chegou para todos os participantes e os aplausos manifestaram o interesse pela obra e pelo que foi dito.

D. Manuel Felício revelou que gostou muito de ler este livro e «o mesmo será utilizado na formação permanente do clero da diocese da Guarda durante este ano pastoral». Frisou «que uma reflexão sobre o sacerdócio, a partir dos textos bíblicos e do magistério se impunha pela importância do tema na vida actual da Igreja. E o Pe. Martins fê-lo muito bem.»

O autor, frisou que Quando for grande quero ser padre não é um livro de pastoral vocacional nem tão pouco fala apenas do seu sonho de criança que realizou na ordenação sacerdotal. «Neste pequeno livro partilho reflexões e meditações que fiz sobre a vocação e a missão do sacerdote, a sua identificação com Cristo e o ser padre segundo coração de Deus. Nelas aprofundo e questiono, de um modo suave e sem tensões, o meu ser padre e também o ser padre na Igreja», disse o Pe. José Manuel. E especificou: «Ser padre segundo Jesus Cristo é um modelo que por uma questão de fidelidade ao próprio Cristo, deve ser adaptado e actualizado, tendo em conta os desafios dos novos tempos e dos diferentes ambientes culturais em que o ministério é exercido.»

O Pe. José Carlos Nunes referiu que para a Paulus a pertinência da publicação desta obra deve-se «ao enriquecimento do catálogo da Paulus nesta temática, que depois do Ano Sacerdotal teve uma crescente procura, e pela honra de contar com mais um autor da diocese da Guarda», sublinhando ainda que «acreditamos que é possível encontrar Deus através de um livro ou mesmo encontrar-se com o que Deus quer através desta obra».

Este livro será distribuído a nível nacional
tanto para as livrarias católicas
como para as generalistas.

sábado, dezembro 18, 2010

Quando for grande quero ser padre


Este não é, como o título poderia sugerir, um livro de pastoral vocacional. Também não fala daquele meu sonho de criança que realizei com a minha ordenação sacerdotal.

Neste pequeno livro partilho reflexões e meditações que fiz sobre a vocação e missão do sacerdote, a sua identificação com Cristo e o ser padre segundo o coração de Deus. Nelas aprofundo e questiono, de um modo suave e sem tensões, o meu ser padre e também o ser padre na Igreja.

Por outras palavras, neste livro partilho o sonho de ser padre segundo Jesus Cristo, o sonho que anima o hoje da minha vida sacerdotal. Este é, em si mesmo, um sonho inacabado, um sonho para toda a vida. Na verdade, há sempre um mais no mistério da vida e da missão de Jesus que nos ultrapassa e para o qual devemos tender sem cessar. Há sempre um mais, algo de novo e surpreendente no convite de Jesus: “vinde e vereis” (Jo 1,39); há sempre um mais, algo de novo e fascinante no seu desafio: “faz-te ao largo” (Lc 5,4). É este mais que me impele a lançar as mãos ao arado e olhar sempre em frente (Lc 9,62), a acreditar no futuro e a ser homem de esperança.

Como todos os sonhos, também este meu sonho de ser padre comporta uma acentuada dose de loucura. E mau sinal será para mim que os leitores não encontrem sinais dela neste livro. O sonho, a liberdade e a loucura são realidades indissociáveis. O sonho potencializa a nossa liberdade e o exercício desta liberdade é visto como loucura por aqueles que não conhecem a liberdade de sonhar.

Eu chego a pensar que esta loucura é um dom de Deus. E porque sinto a grandeza que me dá, o que mais temo é que, por minha culpa, a possa perder. Sim, se perder esta loucura, é sinal que morreu o meu sonho e, com ele, perdi a minha liberdade.

segunda-feira, dezembro 13, 2010

«Quando for grande eu quero ser padre»

No dia 17 de Dezembro, na Biblioteca Eduardo Lourenço, na Guarda, será apresentado do livro «Quando for grande quero ser padre» do Padre José Manuel Almeida Martins.

No prefácio, o Bispo da Guarda escreve: “Estamos perante um texto vivencial, onde é vertida uma experiência sacerdotal, lida e avaliada a partir da Bíblia. Não tem outras citações que não sejam citações bíblicas e do Magistério da Igreja”.

D. Manuel Felício adianta: “É um texto que sintoniza também com as preocupações da Diocese da Guarda para o ano pastoral em curso, as quais pretendem levar as pessoas até ao encontro vivo com Cristo, por meio da Bíblia. Remeto, a propósito, para o que se diz, neste texto, sob o título «Testemunhas de Cristo Ressuscitado», sobre a genuína missão da Igreja que deve sempre levar as pessoas a um encontro pessoal com Cristo vivo e, ao mesmo tempo, ajudá-las a viver, no quotidiano, em consonância com essa fé”.

Na introdução do livro, o Padre José Manuel Almeida Martins refere: “Partilho nestas páginas algumas reflexões e meditações que fiz sobre a vocação, formação e missão do sacerdote, a sua identificação com Cristo e o ser padre segundo o coração de Deus”. E acrescenta: “Parti sempre da Sagrada Escritura, tive nos meus horizontes os ensinamentos da Igreja sobre estes temas, deixei-me interpelar pela realidade que conheço e implorei sempre ao Espírito Santo que me ajudasse a captar a verdade e a expô-la com caridade. A Sagrada Escritura é a verdadeira “Constituição” da Igreja, segundo a qual esta deve reger toda a sua vida e missão. A Igreja em si, o modo como se compreende e se apresenta, como se organiza e actua, como entende o mundo e se relaciona com ele; os seus ensinamentos e as suas leis, também o que o que se refere à vida e missão do sacerdote, tudo deve estar em consonância e ser a expressão da palavra de Deus, que a Bíblia transmite”.

O Padre José Manuel Almeida Martins é natural de Gonçalo Bocas, concelho da Guarda. Fez os estudos nos seminários dos Missionários Combonianos de 1968 a 1977, e Seminário Maior da Guarda de 1977 a1981. Ordenado sacerdote a 8 de Abril de 1982, desempenhou as funções de membro da equipa formadora do Seminário Maior da Guarda – 1981-84. Fez especialização em ciências bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma 1984-87. Foi professor de Sagrada Escritura no Seminário da Guarda 1987-99, e durante dois semestres (1995 e 1996) no Seminário de Teologia de Benguela (Angola). Pároco desde 1987, viveu sempre integrado numa comunidade sacerdotal. Actualmente é pároco de Celorico da Beira e outras paróquias do mesmo Arciprestado.

Publicou já os seguintes livros:

  • “A Bíblia: Deus na História dos Homens”- 1993;
  • “A Verdade da Bíblia é Jesus Cristo” – 1997;
  • “Deus, o Pai da Misericórdia e da Alegria” -2000.
  • O livro “Quando for grande quero ser padre” é publicado pela Paulus Editora.

Fonte: Agência Ecclesia e Jornal «A Guarda»

quinta-feira, dezembro 09, 2010

A mentira do Pai Natal

A origem histórica do Pai Natal torna-o ainda menos maravilhoso. Ele provém do Santa Claus americano, criado em 1881 para o jornal “Harper's Weekly” pelo cartunista de origem alemã Thomas Nast.

Nast esteve durante toda a sua vida bastante ligado a meios revolucionários anti-católicos na segunda metade do século XIX. Estudou pintura com Theodor Kaufmann, quando estava refugiado nos EUA devido à revolução anarquista de 1848 na Europa. Foi correspondente de guerra das tropas do do revolucionário Giuseppe Garibaldi durante a unificação italiana.

Para criar o Santa Claus ele inspirou-se numa figura da sua terra natal, o Palatinado, chamada “Belzenickel”. Esse personagem ameaçava e batia nas crianças com uma vara de marmeleiro, por causa das coisas que tinham feito mal, uma espécie de anti-São Nicolau. Se a criança fosse muito má, ele metia-a num saco e levava-a embora - era assim que diziam os pais.

Com o tempo a personagem foi evoluindo, até que no início dos anos 30 a Coca-Cola utilizou-o muito na promoção da bebida, e vulgarizou-o na forma com que hoje o conhecemos.

Seria de desejar que as famílias católicas voltassem a difundir a idéia de que é o Menino Jesus ou São Nicolau quem atende os pedidos das crianças e nunca o Pai-Natal.

quinta-feira, novembro 18, 2010

quinta-feira, novembro 04, 2010

São Carlos Borromeu - Modelo de pastor e caridade

São Carlos Borromeu (Arona, 2 de outubro de 1538 — Milão, 3 de novembro de 1584) foi um cardeal italiano, primeiro bispo a fundar seminários para a formação dos futuros padres; promoveu sínodos diocesanos; abundou os escritos catequéticos e conhecimento da doutrina católica.

Biografia
Era filho do Conde Gilberto Borromeo e de Margarete de Medici, irmã do Papa Pio IV (1559-1656), do qual era sobrinho. Carlos recebeu óptima formação humana e cristã, de forma que estudou na Universidade de Pavia e destacou-se pela facilidade de administrar e tratar as pessoas. Chamado a Roma pelo tio Papa, São Carlos mesmo antes de receber os Sacramentos da Ordem, aceitou a nomeação e responsabilidades de Cardeal e Arcebispo de Milão, num tempo em que a Igreja abria-se para sua renovação interna.

Bispo que tornou-se para a Igreja um modelo de pastor e caridade, já que se consumiu por inteiro pela guarda e salvação das almas. São Carlos, logo após ter auxiliado o Papa e tê-lo motivado para colocar em prática todo o inspirado conteúdo do Concílio de Trento (1545-1563), assumiu com todo o ardor a missão de obedecer as decisões do Concílio, o qual respondia as necessidades da Igreja daquela época, e também levar a todos os fiéis da diocese de Milão para o Cristo.


Determinado, foi o primeiro bispo a fundar seminários para a formação dos futuros padres; promoveu sínodos diocesanos; abundou os escritos catequéticos e conhecimento da doutrina católica; impulsionou a boa empresa e assistiu com seu zelo e apostolado santo toda a sua região além de ajudar na Evangelização de outras áreas da Europa, desta maneira deu sua vida a Deus gastando-se totalmente pelo bem dos outros e da Igreja.

Sentindo-se atraído pela vida contemplativa, pensou em renunciar à arquidiocese. Mas o seu amigo o Venerável Dom Frei Bartolomeu dos Mártires, arcebispo de Braga, dissuadiu-o dessa idéia, convencendo-o de que, naquele século em que o alto Clero tantas vezes dava mau exemplo, seria melhor que ele, altamente colocado na escala social e para além de sobrinho do Papa, desse o bom exemplo de vida santa como arcebispo. Foi o que fez São Carlos Borromeu, modelo perfeito de pastor de almas zeloso, que aplicou em Milão as reformas ordenadas pelo Concílio de Trento.

Bento XVI ao referir-se a ele afirmou: A sua figura destaca-se no século XVI como modelo de pastor exemplar pela caridade, doutrina, zelo apostólico e sobretudo, pela oração.

"Dedicou-se por completo à Igreja ambrosiana: visitou-a três vezes; convocou seis sínodos provinciais e onze diocesanos; fundou seminários para formar uma nova geração de sacerdotes; construiu hospitais e destinou as riquezas de família ao serviço dos pobres; defendeu os direitos da Igreja contra os poderosos; renovou a vida religiosa e instituiu uma nova Congregação de sacerdotes seculares, os Oblatos. (...) O seu lema consistia em uma só palavra: "Humilitas". A humildade imipulsionou-o, como o Senhor Jesus, a renunciar a si mesmo para fazer-se servo de todos" (Audiência do Angelus na praça de São Pedro em 4 de dezembro de 2007, Vatican Information Service Ano XVII - Num. 187)

sábado, outubro 02, 2010

ACREDITAR AJUDA

Um estudo realizado por científicos italianos afirma que a procura de Deus pode ajudar os estudantes.

O estudo foi publicado no passado 9 de Setembro e é concludente sobre a relação entre a religião os resultados académicos das crianças.
Intitulado Religious Practice and Educational Attainment [Práctica Religiosa e Conquistas Educativas], é uma obra de Pat Fagan, investigador do Family Research Council e director do Marriage and Religion Research Institute. Revela que um nível mais elevado de prática religiosa pode afectar positivamente a capacidade do estudante para aprender e avançar na escola.

A investigação levada a cabo, concluiu que os alunos inseridos nas actividades religiosas passam mais tempos a fazer os seus deveres, conseguem melhores resultados nos exames e até é menos provável que abandonem a escola. De facto, conclui que 19,5% dos estudantes que vão pouco à igreja abandonam os estudos, enquanto dos que vão com frequência só 9,5%.
Para explicar estes resultados, o estudo avança, entre outras, com as seguintes razões:
• A religião interioriza valores e normas que ajudam a alcançar êxitos;
• Fomenta altas expectativas pessoais, e ajuda os estudantes a evitar comportamentos sociais desviantes (drogas, álcool ou comportamentos delictivos);
• As famílias religiosas geralmente são mais coesas e estáveis, fazem planos de futuro para os seus filhos e esperam muito mais deles;
• Os adolescentes que têm prática religiosa têm mais expectativas educativas para si próprios;
• A religião ajuda os alunos a integrarem-se, o que faz com que estejam melhor orientados academicamente, e conse-quentemente o grupo anima a aplicar-se academicamente;
• A assistência religiosa potencia as qualidades sociais;
• As igrejas oferecem aos estudantes alguns recursos, uma comunidade, e orientação.
Segundo Fagan, a prática religiosa frequente também tende a aumentar o total de anos de escolarização. A vantagem para os estudantes com prática religiosa semanal, em comparação com os seus companheiros que não vão à igreja, era equivalente em geral à vantagem que proporciona uma que tenha três anos extra de educação e um pai que tenha quatro.
Além disso, a religião é uma das poucas instituições de fácil acesso para famílias com poucos recursos, o que têm uma rele-vância excepcional para os grupos sócio-económicos inferiores.
Outra descoberta foi a de que a religião tem maior impacto nos resultados educativos da juventude urbana em comparação com a não urbana. O estudo explica que é mais fácil aceder às instituições religiosas nas zonas urbanas. Para além disso, a religião pode actuar também como um elemento de controlo perante os elementos mais negativos da vizinhança urbana que tem um efeito prejudicial nos avanços educativos.
Fonte: Zenit

sábado, junho 05, 2010

segunda-feira, maio 31, 2010

Lista dos párocos do Fornotelheiro

Pe. Luiz Macedo - em 1622
Pe. António da Fonseca - em 1631
Pe. Francisco Nunes - em 1650
Pe. ManueI João e João Rodrigues - em 1670
Pe. Domingos Ferreira Ramos - em 1706
Pe. Francisco Mendes - em 1714
Pe. ManueI de Pina - em 1723
Pe. Gregório Ferreira - em 1729
Pe. Martinho de?? - em 1748
Pe. Carlos ManueI Pereira - em 1756
Pe. João Mendes - em 1759
Pe. Joao Rodrigues - em 1786
Pe. Bemardo Gonçalves Ferreira - em 1798
Pe. António de Andrade Queiroz - em 1835
Pe. João Ribeiro de Almeida Candido - em 1839
Pe. António José Pereira - em 1851
Pe. Francisco de Gouveia - em 1873
Pe. Luiz Tomaz da Fonseca - em 1881

A partir de 1910
Pe. José Marques Gaspar - em 1912
Pe. Femando Lopes Valente - em 1913
Pe. José ManueI Fragoso - em 1923
Pe. José Pereira - em 1926
Pe. António Viegas - em 1931
Pe. Jacinto Domingos - em 1935
Pe. Germano José Bidarra - em 1938
Pe. Alberto da Silva Ribeiro - em 1953
Pe. José Manuel Martins de Almeida - em 1997
Pe. Carlos Manuel Gomes Helena - em 2000